Carlesse é eleito para "mandato-tampão" no Tocantins; abstenção atinge 35%

Do UOL, em São Paulo

  • Coligação Governo de Atitude/Divulgação

    Mauro Carlesse vota no Centro Universitário de Gurupi (Unirg), no sul do Tocantins

    Mauro Carlesse vota no Centro Universitário de Gurupi (Unirg), no sul do Tocantins

Com 75,14% dos votos válidos, o governador interino do Tocantins, Mauro Carlesse (PHS), foi eleito em segundo turno como novo governador do Tocantins, em eleições suplementares realizadas neste domingo (24) no estado. O senador Vicentinho Alves (PR) ficou em segundo lugar, com 24,86% dos votos válidos.

Carlesse, que era o presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, ocupava interinamente o cargo desde abril, depois de o governador eleito em 2014, Marcelo Miranda (MDB), e sua vice, Cláudia Lélis (PV), terem seus mandatos cassados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por acusação de arrecadação ilícita de recursos para a campanha.

O governador eleito comemorou o resultado. "Meu profundo agradecimento a cada um que acreditou no nosso projeto. Nossa campanha foi linda, cheia de alegria e o resultado não poderia ter sido melhor. Prometo honrar cada voto recebido e farei uma gestão que orgulhará a todos tocantinenses. Muito obrigado, Tocantins", escreveu em uma rede social. 

Carlesse ficará no cargo apenas até 31 de dezembro, quando assumirão os novos governadores a serem eleitos no pleito de outubro deste ano, incluindo no Tocantins, que voltará às urnas normalmente com o resto do país. 

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Depois de abstenções recordes no primeiro turno, em 3 de junho (43,5% do eleitorado anulou, votou em branco ou não compareceu), o esvaziamento das urnas voltou a se repetir neste domingo no estado: as abstenções somaram 34,86% do eleitorado. Os votos brancos representaram 2,59% dos votos válidos e, os nulos, 23,46%.

Sete municípios também foram às urnas para o segundo turno de eleições suplementares neste domingo, para prefeito e vice-prefeito, devido ao afastamento dos titulares do cargo: Santa Luzia, Itanhomi e Timóteo (MG), Cabo Frio e Rio das Ostras (RJ), Moju (PA) e Santa Cruz das Palmeiras (SP). 

Outros 20 municípios também tiveram seus líderes afastados e decidiram pelo novo prefeito em primeiro turno no dia 3 de junho.

Governador cassado e eleições extraordinárias

O ex-governador Marcelo Miranda e sua vice tiveram o mandato cassado em 22 de março pelo TSE por acusações de abuso de poder político e arrecadação ilícita de recursos de campanha. Segundo a acusação, os dois receberam R$ 1,5 milhão por meio de contratos simulados e contas de laranjas, destinados a abastecer caixa dois da chapa em 2014. 

O processo teve início depois que R$ 500 mil e cerca de quatro quilos de santinhos e materiais de campanha de Miranda foram encontrados em uma aeronave apreendida por policiais federais no interior de Goiás, em setembro daquele ano.

A realização de eleições suplementares a apenas quatro meses do pleito de outubro segue as regras determinadas pela minirreforma eleitoral realizada em 2015, que, entre outros pontos, definiu a realização de eleições diretas sempre que houver vacância do cargo em até seis meses antes do final do mandato. A regra vale para prefeitos e governadores. Após esse período, o novo substituto deve ser decidido por eleições indiretas.

Candidatos

Mauro Carlesse disputou o pleito representando uma coalizão formada pelo PHS, DEM, PRB, PP, PPS, PMN e PTC. Paranaense, fez carreira como empresário no ramo agropecuário no Tocantins. Em 2014, foi eleito deputado estadual pelo PTB.

Vem sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Tribunal Regional Eleitoral pela suspeita de que teria liberado emendas parlamentares poucos dias antes do primeiro turno das eleições suplementares em benefício próprio. Além disso, entregou à ex-mulher, em processo de divórcio, propriedades que não foram declaradas à Justiça eleitoral.

Vicentinho representava chapa formada pelo PR, PPL, PROS, Solidariedade e PMB. Ele é senador pelo estado desde 2011. O político ficou em terceiro lugar nas eleições de 2010, mas assumiu uma cadeira no Senado com a cassação de Marcelo Miranda (MDB) naquele pleito. Ele foi prefeito de Porto Nacional, deputado estadual, governador e deputado federal.

(Com agências)

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