General diz que deixará PRP para servir campanha de Bolsonaro

Gustavo Maia e Luis Kawaguti

Do UOL, em Brasília e no Rio

  • Sergio Lima/Folhapress

    O general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira

    O general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira

O partido do general reformado Augusto Heleno Ribeiro Pereira (PRP) negou nesta quarta-feira (18) que tenha feito uma aliança com o PSL do presidenciável Jair Bolsonaro, inviabilizando o plano do deputado federal de ter o militar como seu vice. Após a recusa do partido em aceitar a vice na chapa de Bolsonaro, Heleno disse ao UOL que vai se desfiliar do PRP para servir o pré-candidato.

"Estou me desfiliando do PRP, não tenho a intenção de me candidatar. É melhor voltar a ser apartidário, vou continuar trabalhando na campanha do Bolsonaro. O que aconteceu não me afeta em nada, não perdi um minuto de sono", afirmou ele.

Ao UOL, Heleno disse na terça-feira (17) que estava "pronto para cumprir a missão", mas que não almejava nem pleiteava nada.

O general disse que se filiou neste ano ao PRP a pedido do próprio Bolsonaro, porque o presidenciável tinha planos de fazer uma aliança com a legenda. Segundo Heleno, a direção do PRP lhe informou que interessa mais à legenda investir em candidaturas de deputados do que compor a chapa de Bolsonaro. "Esse tipo de aliança poderia prejudicar os interesses do partido [PRP] em seus diretórios regionais", afirmou Heleno.

"Em conversa com o presidente nacional do PRP, Ovasco Resende, a direção nacional do partido ficou surpresa e honrada com o convite feito a um dos filiados, no caso o general Heleno, para ser vice na chapa do pré-candidato Jair Bolsonaro", diz nota enviada pela assessoria da legenda.

"No entanto, o PRP ainda está conversando, com tempo e com calma, com os demais pré-candidatos para avaliar uma possível aliança e definir qual caminho será seguido, levando em consideração o alcance de uma das metas, que é a cláusula de barreira", conclui o comunicado.

Heleno afirmou que já está participando intensamente da pré-campanha de Bolsonaro. Ele faz parte de um "grupo de alto nível", nas palavras do militar, que discute o plano de governo. Nesse papel, o general não discute apenas segurança e defesa, mas também assuntos relacionados às áreas de saúde, educação, transporte, saneamento, entre outros.

Em evento de pré-campanha no interior de São Paulo na tarde desta terça-feira (17), o presidenciável afirmou que "talvez" anunciasse seu companheiro de chapa nesta quarta. "Vai ser... Deve ser, deve ser um general", apressando-se em trocar o verbo afirmativo por outro menos assertivo.

O general também afirmou que compor a chapa de Bolsonaro como vice não acrescentaria tempo de TV ao PRP e, por isso, a proposta não é atraente para os diretórios estaduais do partido.

A tentativa de acordo naufragou um dia depois de o "vice dos sonhos" de Bolsonaro, o senador Magno Malta (PR-ES), recusar seu convite para o posto. O PSL e o PR não conseguiram chegar a um acordo.

Além de Malta e Heleno, a advogada Janaina Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), já foi cotada para ser vice de Bolsonaro.

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