Alckmin e Doria se reúnem com mil líderes evangélicos para bênção em SP

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Divulgação

    Doria e Alckmin durante a convenção estadual do PSDB, em julho

    Doria e Alckmin durante a convenção estadual do PSDB, em julho

Uma reunião fechada com cerca de mil bispos, pastores e obreiros de uma igreja evangélica na capital paulista marcou nesta quinta-feira (23) a primeira agenda conjunta de campanha, após o registro oficial das candidaturas, do candidato à Presidência, Geraldo Alckmin, e ao governo, João Doria, ambos do PSDB.

Durante pouco mais de uma hora, o ex-prefeito e o ex-governador se reuniram com lideranças da Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada pelo pastor Valdemiro Santiago e dissidência da Igreja Universal do Reino de Deus. Eles não falaram com a imprensa. 

Pastores que participaram do evento disseram que a reunião serviu para "abençoar a campanha de Doria e Alckmin". "Foi uma bênção às campanhas, não um culto. Político em culto não pode, né?", afirmou um participante que não quis se identificar. "Eles falaram, mas nada que me tocasse. Quem me toca é Deus", respondeu outro pastor. "Só estamos autorizados a dizer que eles receberam uma bênção para que tenham uma campanha pacífica", resumiu outro.

A reunião desta quinta com os tucanos acontece um dia depois de o instituto Datafolha registrar estagnação de Alckmin nas intenções de voto à Presidência, com 9% de intenções de voto em cenários sem o ex-presidente Lula de Lula (PT). Já Doria está na liderança das intenções de voto ao governo estadual, em empate técnico com o presidente licenciado da Fiesp, Paulo Skaf (MDB).

A portas fechadas a pedido da igreja, que organizou um forte esquema de segurança para impedir o acesso da imprensa, a reunião convocou religiosos da Mundial de todo o estado. Carros do interior, da capital e da Grande São Paulo entraram na sede onde os candidatos falariam com os líderes — localizada no Brás (região central de SP), onde cabem até 30 mil pessoas. Os cultos no local acontecem em quatro horários por dia, e a reunião com os políticos acabou cancelando a celebração das 9h.

Ontem, tanto as assessorias de Doria quanto de Alckmin haviam anunciado que a agenda seria aberta. Após consultas a líderes da Mundial, no entanto, o acesso foi restringido.

Na vizinhança, jingle de Lula e "lei da mordaça"

Antes da reunião, bispos e pastores disseram desconhecer o conteúdo e quais os participantes do evento. "É uma reunião de rotina à qual comparecem em geral de 2.000 a 5.000 lideranças", afirmou um deles, sem se identificar. "A gente só faz obedecer, mas nem sei quem está aí. Essa é uma reunião de rotina que costuma ser chamada conforme a conveniência da igreja", afirmou um obreiro da sede da igreja

Na calçada oposta à Mundial, uma mulher entoou jingles de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ao menos duas oportunidades. Minutos antes de acabar o encontro, um homem lançou ovos sobre jornalistas que tentavam registrar o evento do lado de fora.

Pelo vidro da porta, foi possível observar a presença do pastor Valdemiro e gestos com as mãos indicando bênção sobre os políticos presentes. No estacionamento da igreja, com capacidade para 5 mil veículos, dezenas de carros adesivados traziam a imagem do pastor com candidatos a deputado estadual e federal pelo DEM, partido da coligação de Doria.

Procurados, representantes da igreja disseram ao fim da reunião, por meio de um funcionário, que nenhum deles falaria com os jornalistas.

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