Aliado do PT, PCdoB fala em vitória com Lula 'candidato ou não'

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

  • Clécio de Almeida - 20.jul.2018/Divulgação/PCdoB

    Luciana Santos: eleger "chapa presidencial liderada por Lula, com ele candidato ou não"

    Luciana Santos: eleger "chapa presidencial liderada por Lula, com ele candidato ou não"

Principal aliado do PT na disputa pelo Planalto, o PCdoB criticou, em nota, a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de barrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas disse que irão vencer a eleição "com ele candidato ou não". O PT, porém, sempre evitar cogitar a hipótese de outro postulante ao Planalto que não Lula.

"A luta política e jurídica prossegue, mas a resposta que o povo brasileiro certamente dará a essa violência contra a democracia sairá de uma vigorosa campanha eleitoral para eleger, em 7 de outubro, a chapa presidencial liderada por Lula, com ele candidato ou não", diz a nota assinada pela presidente do partido, a deputada federal Luciana Santos (PCdoB-PE), candidata a vice-governadora na chapa de Paulo Câmara (PSB) em Pernambuco.

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Em 20 de julho, em evento realizado na sede do partido em São Paulo, Luciana chegou a dizer que Lula não seria o candidato do PT. 

Na ocasião, antes de ter fechado aliança com os petistas, ela tentava reunir PDT, PSB e PSOL para a disputa presidencial. Cerca de duas semanas depois, o PCdoB abriu mão de sua candidata a presidente, a deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), para entrar na coligação com o PT. 

Se a candidatura do ex-presidente fosse aprovada, Haddad seria substituído por Manuela. Agora, o que deve acontecer, é Haddad assumir a cabeça de chapa e a deputada gaúcha tornar-se a vice. O TSE deu prazo de dez dias para a coligação anunciar uma mudança sobre a candidatura.

O PT, também em nota, disse que o TSE cometeu uma "violência" e que irá recorrer para tentar garantir Lula no pleito.

Em julho, presidente do PCdoB disse que Lula não era candidato

O que dizem os presidenciáveis

Quatro candidatos a presidente se manifestaram diretamente sobre o assunto, e um, indiretamente.

Marina Silva (Rede), ex-ministra de Lula, disse que, "a partir desta decisão do TSE, o processo eleitoral poderá prosseguir de acordo com os ritos legais". "Porém, a Justiça ainda precisa alcançar todos aqueles que cometeram crimes e que estão protegidos pelo manto da impunidade do foro privilegiado", escreveu no Twitter.

Ciro Gomes (PDT) disse, no Twitter, que a decisão do TSE "infelizmente já era prevista". "Ainda que eu considere injusta sua condenação, a Lei da Ficha Limpa certamente impediria sua candidatura". Para ele, agora a campanha ficará "mais clara para os eleitores, evitando o trauma e a perplexidade de uma substituição na véspera da eleição". 

Guilherme Boulos (PSOL), aliado de Lula, avaliou que a "maioria do TSE confirmou jogo de cartas marcadas contra Lula". "Mais um capítulo da desmoralização do Judiciário brasileiro. Perde a democracia", disse na rede social.

Líder nas pesquisas nos cenários sem o petista, Jair Bolsonaro (PSL) comparou duas notícias. Uma dizia que a ONU (Organização das Nações Unidas) alertava para "o perigo de Bolsonaro" e a outra trazia a organização premiando o líder venezuelano, Nicolás Maduro, pelo combate à fome. A Venezuela vive uma grave crise no momento.

Uma recomendação do comitê de Direitos Humanos da ONU foi o principal argumento usado pela defesa de Lula para defender sua candidatura. Dos sete ministros do TSE, Edson Fachin foi o único a defender essa tese. Os outros integrantes da Corte julgaram o petista com base na Lei da Ficha Limpa, sancionada pelo próprio ex-presidente em 2010.

Alvaro Dias (Podemos) afirmou que o TSE "respeitou o Brasil decente" e chamou de "descabido" o voto do ministro Edson Fachin, que foi favorável à candidatura de Lula. "E pisou na bola, sujou a sua biografia, adotando uma posição inexplicável, injustificável."

Os outros presidenciáveis não haviam se manifestado até a publicação deste texto.

Em programa no rádio, PT diz que 'Lula é candidato, sim'

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