Haddad acena a indecisos: "Precisamos saber argumentar com quem tem dúvida"

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

  • Luciano Claudino/Estadão Conteúdo

    Haddad (à direita) com Luiz Marinho, candidato do PT ao governo paulista

    Haddad (à direita) com Luiz Marinho, candidato do PT ao governo paulista

O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, fez um aceno aos eleitores indecisos ao discursar na tarde desta terça-feira (25) em uma praça no centro de Campinas, no interior paulista.

"Nós precisamos saber argumentar com quem tem dúvida, porque nós temos pouco mais de 10 dias para convencer as pessoas a votarem na gente", disse o petista, afirmando que o partido mira o "pentacampeonato" nas eleições presidenciais (venceu em 2002, 2006, 2010 e 2014).

Na pesquisa Ibope divulgada ontem, Haddad foi o segundo colocado, com 22% das intenções de voto. O eleitorado indeciso somou 6% dos entrevistados, e 12% manifestaram intenção de votar branco ou nulo. O líder foi Jair Bolsonaro (PSL), com 28%.

O Ibope também mostrou que um dos segmentos com maior proporção de eleitores sem candidato é o das mulheres: 15% delas disseram que votariam branco ou nulo e 8% não souberam ou não responderam. A rejeição a Bolsonaro chegou a 54% das mulheres, enquanto 26% das eleitoras disseram que não votariam em Haddad.

Durante o discurso, a militância petista entoou gritos de "Ele não", em alusão a uma campanha de mulheres contra Bolsonaro, depois de uma frase de Haddad em defesa das eleições.

"O gostoso é ver que o voto deu rumo para o país. É disso que nós estamos precisando, de rumo. E o rumo tem que vir pelo voto. Ditadura não, ditadura está errado. Autoritarismo, não. Violência, não. Intolerância, não. Ódio, não", disse Haddad, no que o público emendou com os gritos de "ele não".

Em declarações recentes, o candidato tem buscado uma polarização direta com Bolsonaro, mesmo sem citar o nome do adversário. Ontem, por exemplo, o petista falou em "ameaça de ditadura" ao aludir a uma frase do vice na chapa de Bolsonaro, Hamilton Mourão (PRTB), que sugeriu a elaboração de uma nova Constituição por uma comissão de "notáveis". 

Haddad já havia criticado, dias antes, a declaração de Mourão de que casa "onde não há pai e avô, mas sim mãe e avó", seria uma "fábrica de desajustados" que fornece mão de obra para o tráfico de drogas.

Em paralelo, o petista já defendeu que é possível conquistar votos no eleitorado hoje com Bolsonaro. Haddad disse que o PT não pode "dar de barato" que o eleitorado bolsonarista não é do partido, e já afirmou que é possível "virar o voto" no candidato do PSL "com carinho".

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