Eleições 2018

• Apuração
• Raio-x
• Pesquisas
• Candidatos

Com Geraldo Alckmin (PSDB) estagnado nas pesquisas, a campanha do tucano deve manter a estratégia dos últimos dias e intensificar os ataques contra seus adversários na próxima semana, a última do horário eleitoral, com o objetivo de ganhar votos que o coloquem no segundo turno da disputa presidencial.

Nesta reta final, ele deixou as propostas de lado para ampliar as críticas, principalmente contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas. 

Com apenas mais três dias de horário obrigatório, a campanha de Alckmin tem batido na tecla que um segundo turno entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) vai terminar com a eleição do petista.

Em busca do chamado voto útil, Alckmin avisa: "Se for entre Bolsonaro e PT, o PT vence", e diz ser a única alternativa para impedir o retorno da esquerda ao governo. "As pesquisas mostram que eu derroto o PT no segundo turno", afirma. O discurso também foi utilizado no debate UOL/Folha/SBT na quarta-feira (26).

O tucano, aliás, usou a campanha #elenão, que é contra Bolsonaro, em seu horário eleitoral. Na última quinta-feira (27), Alckmin terminou seu programa com mais um ataque a Bolsonaro: "Urgente. Campanha de Bolsonaro é contra o décimo terceiro salário", com base na declaração do General Mourão (PRTB), vice na chapa de Bolsonaro, que chamou o 13º salário de "jabuticaba brasileira". 

Com o maior tempo de horário eleitoral, Alckmin tem usado seus 5 minutos e 32 segundos por bloco, dois por dia, para confrontar as ideias de Bolsonaro. Pedidos para a população não votar com raiva ou ódio, comparações salariais entre gêneros e associação dos adversários com a Venezuela foram constantes.

Nos últimos dias, Alckmin apostou no pedido pelo voto útil na tentativa de chegar ao segundo turno. De propostas, o tucano focou em emprego, saúde e segurança.

Procurada pelo UOL, a assessoria de imprensa de Alckmin não quis antecipar a estratégia para os últimos dias. "A campanha prefere não abrir esse tipo de informação, justamente para preservar o trabalho estratégico".

Como os candidatos usaram seu tempo de TV até agora

Internado no hospital desde o dia 6 de setembro, Bolsonaro tem apenas 16 segundos no horário obrigatório, sendo oito de tarde e oito de noite. Até ser esfaqueado em Juiz de Fora, Bolsonaro apostava na família e no pedido de mudança. Após o ataque, a campanha focou em pedidos de orações.

Em entrevista para o UOL, o candidato ao Senado pelo PSL, Major Olímpio, disse que com o curto período "não dá para criar muito" para o horário eleitoral.

"Assim que ele tiver alta, deve iniciar as lives [transmissões ao vivo] no Facebook, filmes, e nós na rua fazendo carreatas e 'adesivaços'".

Ciro Gomes (PDT), que disputa uma vaga no segundo turno com Haddad, usou seu tempo na TV para focar em temas como educação, emprego e saúde.

Presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que a campanha de Ciro deve seguir nos mesmos moldes que começou e que acredita em uma 'onda silenciosa' da população.

"Não vamos mudar nada, vamos continuar trabalhando, o ódio não pode sair vitorioso nessa disputa de coxinha e mortadela, vamos visitar Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e terminar no Ceará. Todas as pesquisas colocam o Ciro como segunda opção, a gente sente uma onda silenciosa, não vamos gastar nosso pouco tempo de televisão com ataques que não servem de nada", afirmou.

Oficializado apenas no dia 11 de setembro no lugar de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad falou sobre seu histórico como ministro e tentou colar sua imagem à do ex-presidente. A presença das mulheres, o desemprego e críticas ao governo do presidente Michel Temer (MDB) foram frequentes.

Questionado sobre a estratégia para a reta final, o PT afirmou por meio da sua assessoria de imprensa que não antecipa as estratégias.