'Caciques' derrotados dizem que foram vítimas de ataques durante campanha

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

  • Reprodução/Sérgio Lima/Poder360

    Romero Jucá (MDB) foi derrotado na disputa pelo Senado em Roraima

    Romero Jucá (MDB) foi derrotado na disputa pelo Senado em Roraima

Diversos "caciques" de partidos tradicionais que disputaram vagas no Congresso no último domingo (7) saíram derrotados das eleições. Econômicos nos discursos, muitos atribuíram o fracasso a ataques de que foram vítimas durante a campanha. 

No Senado, apenas 8 das 54 cadeiras continuarão com os mesmos ocupantes. Na Câmara, a taxa de renovação, 53%, é a maior do que em 2010 e 2014.

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Foram impostos revezes a nomes como Eunício Oliveira (CE), Romero Jucá (RR), Garibaldi Alves (RN) e Roberto Requião (PR) do MDB. No PT, Lindbergh Farias (RJ) não conseguiu votos para permanecer no Senado. No PSDB, Cássio Cunha Lima (PB) e Ricardo Ferraço (ES) não se reelegeram. E no DEM, Agripino Maia (RN), que abriu mão da reeleição no Senado para concorrer a uma vaga de deputado, também foi derrotado.

"Impressionante. Manipulação de pesquisas, ataques e calunias na internet, destroem minha carreira nacionalista em 48 horas. Um dos melhores índices eleitorais é pulverizado. Não vou lamentar, mas o Brasil precisa conhecer este processo", escreveu Roberto Requião, no Twitter.

"Muitas agressões e muitas mentiras fizeram com que eu tivesse essa condição de perder votos. Nós temos que levantar a cabeça. Ganhar ou perder faz parte das eleições, a vida continua e até fevereiro eu continuo senador. Portanto, continuo trabalhando por Roraima", disse Jucá, que por uma diferença de 434 votos não emendará o quarto mandado consecutivo no Senado.

Econômicos nas palavras

Alguns dos figurões derrotados nestas eleições preferiram declarações mais comedidas.

Atual presidente do Senado e do Congresso Nacional, Eunício Oliveira anunciou que vai se retirar da vida pública.

"Recebo com reverência e respeito essa determinação imposta a todos nós pelas regras democráticas, pelas quais tanto lutei. Agradeço, com muita honra e humildade, aos 1.313.793 cearenses que seguiram confiando em mim. Recolho-me agora à vida pessoal. Desejo boa sorte e energia para os que foram eleitos", afirmou

Garibaldi usou a conta no Twitter para uma breve manifestação. Ele agradeceu os votos recebidos pelos eleitores do Rio Grande do Norte e cumprimentou os candidatos eleitos.

"A manifestação do povo nas urnas sempre será soberana na democracia. Cumprimento aos que hoje se elegeram e manifesto o meu desejo de que eles possam bem representar o RN", escreveu na rede social.

Lindbergh também foi econômico ao reconhecer a derrota em post no Twitter. Entretanto, afirmou que continuará em campanha para que Fernando Haddad (PT), que disputará o segundo turno das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro (PSL).

"Agradeço os 1.419.676 votos recebidos ontem. Fizemos uma campanha aguerrida, dialogando com o povo e defendendo os direitos do trabalhador. Agora, a tarefa é eleger Haddad presidente no segundo turno, derrotando aquele que se diz 'anti-sistema' mas votou tudo com Temer. À luta!"

Cássio Cunha Lima também reconheceu a derrota e agradeceu os votos recebidos da população da Paraíba. Ele disse que continuará a trabalhar pelos mais pobres e carentes, além de debater propostas para retirar o país da crise.

"Sigo para Brasília para dar sequência ao mandato e concluir o meu trabalho no Senado sempre com o mesmo objetivo de contribuir para que o Brasil saia dessa longa crise. Que seja retomada a atividade econômica, que possamos recuperar os empregos", disse em áudio gravado para os eleitores.

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