Futuro ministro diz que é "loucura" achar que generais vão mandar no país
Gustavo Maia, Hanrrikson de Andrade e Rodrigo Mattos
Do UOL, no Rio
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RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
General Augusto Heleno Pereira participa de programa de entrevistas sobre a eleição
Escolhido futuro ministro da Defesa, o general Augusto Heleno afirmou que é uma "loucura" e uma "palhaçada" achar que generais vão mandar no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Ele disse que a suposta ameaça à democracia não existe e é fruto de preconceito contra o presidente eleito.
"Isso é loucura. Isso só cabe na cabeça de quem não conhece. Nem nas Forças Armadas, nem o Bolsonaro, isso é uma palhaçada. É uma bobagem sem tamanho", afirmou o general, enquanto apoiadores do novo presidente eleito gritavam ao fundo contra a corrupção.
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"A verdade é a seguinte. Ameaça à democracia só estava vendo que quem tinha preconceito contra o Bolsonaro. Não tem nenhuma ameaça à democracia. Esse carimbo de fascismo no Bolsonaro não tem o menor sentido"; completou.
Sobre os planos do novo governo, Heleno afirmou que a preservação da Amazônia é uma prioridade e que a intenção é respeitar legislações em vigor e reforçar o Ibama, evitando ao máximo desmatamentos. Para ele, a selva vale mais preservada do que destruída.
Em relação à sua área da Defesa, Augusto Heleno afirmou que a tendência é não haver uma renovação da intervenção federal da segurança pública no estado do Rio de Janeiro, cuja segurança está sob controle das Forças Armadas.
"Foi a área onde teve menos influência maléfica de governos anteriores (Defesa). Já tem data para terminar (a intervenção). O presidente normalmente em conversas com o governador decide isso. É o mais provável que não seja mantido porque tem um decreto com data marcada", contou Heleno.
Em seguida, o general afirmou que a intervenção no Rio foi bem-sucedida por ter focado na gestão de segurança e poderia servir de modelo para outros Estados que necessitassem do mesmo tipo de procedimento. Mas, no momento, ele não vê necessidade de intervenção em outras unidades da federação.
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