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No Congresso, Bezerra volta a dizer que verbas a Pernambuco tiveram apoio de Dilma e se diz vítima de ataques

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

12/01/2012 16h12Atualizada em 12/01/2012 17h34

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, voltou a afirmar, na tarde desta quinta-feira (12) durante depoimento na Comissão Representativa do Congresso Nacional, que a decisão de liberar mais de 90% dos recursos do ministério nas ações de prevenção de desastres no Estado de origem dele, Pernambuco, teve o apoio da presidente Dilma Rousseff. O ministro também disse que é vítima de campanha contra ele e seu partido, o PSB.

“[O ministério] tomou esta decisão em estudo que foi feito não só pelo ministério, dentro do âmbito do Gepac (Grupo Executivo do Programa de Aceleração do Crescimento), mas também com anuência e aprovação do Ministério do Planejamento, Casa Civil e da presidente da República”, afirmou.  

“O que se quer nessa campanha é atacar não só minha imagem, mas do meu partido. Sei relevar os ataques, sei aceitar as críticas, isso faz parte da democracia, mas é preciso também não atacar e não denegrir a imagem das pessoas”, completou. De acordo com o ministro, a campanha tem motivação eleitoreira, uma vez que ele é pré-candidato à Prefeitura de Recife.

Bezerra reiterou que a avaliação foi baseada em critérios técnicos no Estado que já teve, segundo ele, um prejuízo com as chuvas do ano passado em cerca de R$ 2 bilhões. Dos cerca de R$ 98 milhões destinados a Pernambuco, aproximadamente R$ 70 milhões foram encaminhadas para a construção de cinco barragens no Estado.

O segundo Estado que obteve mais verbas do ministério para prevenção de acidentes foi São Paulo, com R$ 40 milhões, seguido de Espírito Santo, com R$ 16 milhões.

Durante sua apresentação aos parlamentares, Bezerra frisou que, dos recursos do orçamento da União destinados aos ministérios para prevenção de desastres naturais, a pasta dele conta apenas com cerca de 12% do total.

O ministro ainda afirmou que, nos governos de Lula e Dilma, houve um maior investimento na prevenção e monitoramento de desastres naturais. Segundo ele, entre 2007 e 2011, as verbas em operações e os convênios firmados no setor foram de R$ 10,4 bilhões. E que há mais R$ 11,5 bilhões aprovados pelo Congresso para serem aplicados entre os 2012 e 2015, de acordo com a PPA (Plano Plurianual).

Bezerra também disse que o governo Dilma “não discrimina” os Estados governados por partidos da oposição, como São Paulo, por exemplo. Sob comando do tucano Geraldo Alckmin (PSDB), o Estado já recebeu a visita da presidente por duas vezes para fechar acordos --uma delas realizada hoje, quando houve o anúncio de expansão do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Favorecimento a parentes

Ao ser questionado sobre a destinação de verbas da pasta a pedido dos parlamentares, o ministro destacou novamente, que além do filho dele, o deputado federal, Fernando Coelho Filho (PSB-PE), outros 53 parlamentares também tiveram suas demandas 100% atendidas.

Para ressaltar que não houve favorecimento à sua legenda, Bezerra informou que, entre os partidos, o PMDB foi o que mais recebeu verbas, com 33%, seguido do PT, com 15% e, em terceiro lugar, ficou o PSB –do qual é filiado, que recebeu 10% dos seus pedidos.

Bezerra voltou ainda a negar que tenha indicado seu irmão Clementino Coelho para a presidência da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), empresa vinculada ao ministério. Bezerra disse que o cargo só foi ocupado por Coelho porque ele era o diretor com mais tempo de casa.