Deputado petista adia novamente leitura do relatório final da CPI do Cachoeira
O deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira, pediu na manhã desta quinta-feira (22) para adiar a leitura de seu relatório final sobre os trabalhos da CPI do Cachoeira, que tinha como objetivo investigar as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos, servidores e empresários. Ontem, a leitura já havia sido adiada para hoje.
O pedido foi aceito pela presidência da CPI e a leitura será feita na próxima quarta-feira (28).
“Quero pedir que adiemos a leitura do relatório para a próxima semana na medida em que estou dialogando com pares sobre o conteúdo do nosso relatório e quero ultimar os esforços necessários de um diálogo possível”, justificou Cunha.
O segundo pedido de adiamento em uma semana foi criticado pelo deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP). “A investigação foi pessoal, direcionada e restrita. Só foram poupados os aliados e atacados com veemência aqueles que a sanha persecutória do ex-presidente Lula determinou”, avaliou Sampaio.
Apesar da sessão não ter mais atividades para executar hoje, a decisão de Cunha de adiar a leitura começou a ser motivo de uma série de críticas dos integrantes da comissão com discursos duros sobre a falhas do relatório do deputado petista.
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), por exemplo, destacou que um grupo de parlamentares da oposição irá entregar ainda hoje uma representação ao Ministério Público Federal pedindo a abertura de inquéritos para investigar figurões que ficaram de fora da lista de 46 pessoas que o parlamentar petista pediu a responsabilização criminal.
O principal enfoque do texto dos parlamentares da oposição é o pedido de aprofundamento de investigações em relação aos governadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Siqueira Campos (PSDB-TO), que não são nem citados no relatório de Cunha.
Calhamaço
O documento de mais de 5.300 páginas foi entregue na madrugada de segunda para terça-feira (21) à comissão e na sessão de ontem teve a leitura adiada por entendimento do presidente e do relator da CPI para que os parlamentares tivessem o tempo regimental de 24h para ler o relatório.
O texto de Cunha propõe a responsabilização criminal de 12 pessoas com foro privilegiado, entre eles: o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); o prefeito de Palmas, Raul de Jesus Lustosa Filho (PT); o ex-senador e procurador do Estado de Goiás, Demóstenes Torres, e o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).
Além disso, o parlamentar também pede o indiciamento de 46 pessoas, entre elas: o próprio Cachoeira; ex-presidente da construtora Delta, Fernando Cavendish; o ex-diretor regional da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu; a ex-mulher de Cachoeira, Andrea Aprígio, e a atual mulher dele, Andressa Mendonça.
Depois da análise de mais de 69.694 páginas referentes a sigilos bancários, 11.333 folhas relativas a quebras de sigilo fiscal de 75 pessoas físicas e jurídicas e 45.594 páginas de extratos de ligações telefônicas, num total de 1,1 terabyte de informação recebida, o relator identificou indícios para que o Ministério Público Federal apure a responsabilidade dessas pessoas (veja aqui a lista) e tome as medidas judiciais cabíveis.
Os integrantes da CPI têm até o dia 22 de dezembro para analisar o relatório de Cunha, fazer alterações e votá-lo. Se não for possível concluir este processo até o prazo, a comissão pode ser encerrada sem a aprovação de um documento final.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.