Segurança nega crime e diz que escutou briga entre Suzana e PC Farias na noite das mortes
O réu José Geraldo da Silva, ex-segurança de PC Farias, foi interrogado nesta quinta-feira (9) durante o julgamento dele e mais três pessoas acusadas de omissão na morte de Farias e da sua então namorada Suzana Marcolino, ocorrida em 1996, e disse no tribunal que escutou um barulho semelhante a uma discussão entre Suzana e PC Farias, mas que não tomou nenhuma providência porque não achou nada demais. Segundo ele, logo os barulhos cessaram.
Blog do Mário Magalhães
O réu negou o crime ao ser perguntado pelo juiz Maurício Brêda se PC Farias não teria sido morto ao tentar defender Suzana de um tiro, disparado por uma terceira pessoa que estaria no quarto com o casal. “Não houve nada disso. Eu só soube das mortes no dia seguinte quando me ligaram contando do ocorrido”, disse.
Silva negou ter escutado tiros ou barulhos de fogos que poderiam confundir os seguranças durante a madrugada que estava fazendo a segurança de PC Farias na casa de veraneio do empresário, localizada na praia de Guaxuma, em Maceió, onde ocorreram as mortes.
Mais cedo, o primeiro réu a prestar depoimento nesta quinta, o policial militar Adeildo Costa dos Santos negou qualquer participação nas mortes do empresário. Ele disse que foi a última pessoa a ter contato com o empresário, que teria perguntado a ele, na madrugada em que viria a ser morto, se estava "tudo bem" na casa.
"Paulo César se recolheu umas 4h da manhã. Eu estava no quiosque, e ele chegou e perguntou: 'Adeildo, tudo bem? Tudo tranquilo?'. Disse que estava tudo bem. Coincidência ou não, olhei para o relógio e vi que eram 4h. Ele pediu para acordar ele às 11h e se recolheu", afirmou, citando que ele deu boa noite.
O ex-segurança disse que, naquela madrugada, chegou a deixar a casa para ir pegar um CD. "Fui até Garça Torta [bairro vizinho a Guaxuma, no litoral norte de Maceió], em um palhoção, buscar um CD com um amigo de Genival [garçom]. Isso foi por volta da 1h da manhã, e voltamos depois de 20, 30 minutos. Não havia mais convidados. Ficou o Geraldo como segurança."
Acusação x Defesa
Acusação | Diz que houve duplo assassinato e que os quatro réus têm conhecimento sobre a autoria do crime |
Defesa | Diz que o crime foi passional. Suzana Marcolino teria matado PC Farias e em seguida se suicidado |
Ao voltar, soube que PC tinha brigado com Suzana dentro da casa. "Quando cheguei Geraldo disse: 'Olha, o doutor Paulo estava gritando com dona Suzana.' Eu disse que só iríamos fazer algo se ele chamasse."
Com a saída dos convidados, por volta da meia noite e meia, ficaram na casa seis pessoas. "Estavam eu, Manoel [vigia] Leonino [jardineiro], Marize [cozinheira], Geraldo [outro segurança] e Genival [garçom]. Os outros dois militares –que também são réus no processo-- chegaram para o serviço por volta 8h do domingo, dia 23 de junho.
Sobre o barulho dos tiros, o militar afirmou: "Havia uma festa próxima de casa, e teve soltaram fogos. É aquela coisa: jamais eu iria imaginar que ia acontecer uma coisa daquelas".
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