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Estou tranquilo para me defender, diz André Vargas no Conselho de Ética

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

05/08/2014 16h23Atualizada em 05/08/2014 17h42

Alvo de processo no Conselho de Ética, o deputado federal André Vargas (sem partido-PR) compareceu pela primeira vez em uma sessão para pedir a substituição do relator, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). O pedido foi negado.

“Por que a pressa [em concluir o processo? Eu nem eleição estou disputando. Eu estou disputando a honra”, disse Vargas. “Vossa Excelência não se comportou como alguém insuspeito, imparcial, se comportou como um juiz e acusador”, afirmou, dirigindo-se a Delgado.

E acrescentou: “Tenho condições de me defender, estou tranquilo para me defender”.

Vargas foi convidado seis vezes para depor, mas não compareceu a nenhuma sessão. Ele atacou Delgado, dizendo que não teve direito de se defender por não ter tido acesso aos autos a tempo. “As provas feitas até agora foram feitas só pela relatoria, sem a [versão da] defesa”, afirmou. “Esses 30 dias de instrução estão viciados pela falta de acesso aos documentos.”

Ele rebateu a crítica de que o pedido de suspeição seja uma medida protelatória. “Nós tínhamos esperança que Vossa Excelência fosse se comportar de forma mais isenta.”

Vargas disse que não foi convidado formalmente para depor. “SMS [mensagem de texto] não é prova de convocação.”

Há duas semanas, a defesa de Vargas recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para ter acesso a todos os documentos do processo, com quase 15 mil páginas, e conseguiu prazo para apresentar nova defesa por escrito, entregue na sexta. Vargas já havia apresentado uma defesa por escrito em maio.

Relator nega suspeição

O deputado Júlio Delgado negou ser suspeito para conduzir o caso. Segundo ele, "não há uma vírgula que indique a suspeição".

A defesa de Vargas entrou ontem à noite com um pedido para que Delgado fosse substituído sob a alegação de que ele já teria antecipado em entrevistas à imprensa sua posição pela cassação de Vargas.

"Se eu fosse suspeito para julgar a causa, seria curioso que só tenha me considerado suspeito agora, quando agendei a leitura do meu parecer", disse.