Atos contra Dilma e Alckmin fecham avenidas das zonas sul e oeste de SP
Dois protestos realizados na tarde deste sábado (1º) fecharam vias das zonas sul e oeste de São Paulo. Os atos tiveram motivações distintas: em um em deles, que começou na avenida Paulista, os manifestantes pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e defenderam até a intervenção militar para tirá-la do poder. Já o outro, em Pinheiros, teve como alvo o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a falta de água no Estado.
Convocado pelas redes sociais, o protesto da avenida Paulista começou por volta de 14h no vão do Masp. Segundo a Polícia Militar, cerca de 2.500 pessoas participaram da manifestação. Alguns dos presentes pediram o fim do PT, a volta dos militares e fizeram ataques a referências comunistas. Além disso, exigiram a recontagem dos votos das eleições.
O cantor Lobão e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do também deputado Jair Bolsonaro, estavam entre os manifestantes. Às 16h, os manifestantes deixaram a avenida Paulista e seguiram pela avenida Brigadeiro Luís Antônio. O ato foi encerrado por volta de 17h.
Esquerda contra Alckmin
Já o protesto de Pinheiros reuniu cerca de 200 pessoas, segundo a PM --os organizadores estimaram em 500 pessoas. Os manifestantes começaram a se reunir por volta de 15h no largo da Batata. Às 16h, saíram em passeata pelas ruas de Pinheiros, bloqueando a avenida Brigadeiro Faria Lima. O ato terminou por volta de 17h30 em uma das sedes da Sabesp, que também fica no bairro.
O protesto reuniu jovens, sindicalistas e militantes de movimentos de esquerda como o Juntos!, do PSOL, Território Livre e Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre), ligada ao PSTU.
Os ativistas responsabilizaram Alckmin pela falta da água e pediram a estatização da Sabesp. "É um absurdo tudo o que está acontecendo com a água da cidade”, disse uma funcionária da Sabesp que não quis se identificar. Ela criticou o ato contra Dilma. “A manifestação da Paulista é contra a democracia.”
"Essa é a primeira manifestação unificada na cidade de São Paulo sobre a questão da falta de água. Vamos inaugurar uma jornada de manifestações para questionar o governo do Estado sobre a real dimensão da crise da água, porque nós temos visto vários bairros que estão tendo sucessivos cortes sem que a Sabesp informe. Está acontecendo uma campanha de desinformação da Sabesp", afirmou o sociólogo Thiago Aguiar, de 25 anos, um dos integrantes do movimento.
Grupos carregaram faixas com frases com questionamentos à Sabesp e críticas ao governador Alckmin. Uma delas dizia: "Alckmin acabou com a água e com a nossa paciência".
Dois grupos de maracatu tocaram para os participantes e entoaram gritos de guerra. Um deles fez uma paródia de uma tradicional marchinha de carnaval e os integrantes cantavam: "Se você pensa que São Paulo tem água, São Paulo não tem água, não. A culpa não é de São Pedro, a culpa é do Geraldão".
*Com reportagem de Fernando Couri e informações de Estadão Conteúdo
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