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Após protesto e aplausos no Acre, Dilma defende direito às manifestações

11.mar.15 - A presidente Dilma Rousseff visita nesta quarta-feira Rio Branco (AC), após a cidade ser atingida pelas enchentes ocorridas após a pior cheia já registrada no rio Acre. Na porta do aeroporto, grupos pró (esq.) e contra a presidente se manifestaram, gritando palavras de ordem - Marlene Bergamo/Folhapress - Marlene Bergamo/Folhapress
11.mar.15 - A presidente Dilma Rousseff visita nesta quarta-feira Rio Branco (AC), após a cidade ser atingida pelas enchentes ocorridas após a pior cheia já registrada no rio Acre. Na porta do aeroporto, grupos pró (esq.) e contra a presidente se manifestaram, gritando palavras de ordem
Imagem: Marlene Bergamo/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

11/03/2015 20h01Atualizada em 11/03/2015 22h10

A presidente Dilma Rousseff voltou a defender o direito dos brasileiros de realizarem manifestações públicas contra o seu governo. As declarações ocorreram após seu pronunciamento em Rio Branco para entregar 967 moradias do Minha Casa Minha Vida às vítimas da enchente no Acre, na tarde desta quarta-feira (11).

"Sou de uma época em que as pessoas não podiam se manifestar, pois eram chamadas de subversivas ou de coisa pior. Não tenho o menor interesse com qualquer processo de restrição à manifestação neste país. A livre manifestação é algo que o Brasil tem que defender", declarou Dilma aos jornalistas.

A onda de protestos contra a petista começou com um "panelaço" em várias capitais durante o pronunciamento na rádio e TV, no último domingo (8). Já na terça (10), Dilma foi vaiada e xingada por um grupo durante o Salão Internacional da Construção Civil em São Paulo. 

Ao chegar na capital acriana nesta quarta-feira, a presidente foi recebida no aeroporto com vaias e aplausos de manifestantes. Protestos contra o governo Dilma em várias cidades brasileiras estão agendados para este domingo (15).

A presidente também reafirmou que os boatos sobre a possibilidade de retirar o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, da coordenação política são infundados.

"Como falamos em nota mais cedo, não temos nenhuma medida de modificação [sobre o ministério da Casa Civil]. O que vamos fazer é aumentar o número de pessoas e de partidos, trazendo um rodízio de ministros novos para o debate", explicou Dilma.

Para exemplificar, Dilma citou o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), e da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PCdoB) como alguns dos primeiros nomes para participar desse rodízio na articulação de seu governo. A presidente sugeriu que esses nomes poderão mudar no futuro. "É muito flexível, é um sistema de governo", afirmou.

Questionada se o rodízio seria uma forma de melhorar a relação com o Congresso Nacional, com quem Dilma tem tido vários embates e sofrido algumas derrotas na tentativa de aprovar as medidas do ajuste fiscal em andamento, a presidente declarou: "Eu sempre estive aberta ao Congresso, a todos os partidos". 

Na presença do governador do Acre, Tião Viana (PT), a presidente adiantou a entrega das moradias para famílias desabrigadas que já estavam esperando pelas residências do Minha Casa Minha Vida. Também descreveu números das próximas etapas do programa.

"Vamos entregar mais de 2.000 casas no Acre neste semestre. Entre 2015 e 2018 vamos ter uma meta de três milhões de moradias. Quando chegar a 2018 vamos atingir seis milhões e 750 mil moradias", prometeu Dilma.

* Com informações da Agência Estado