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Faltou protagonismo do governo e do PT para reforma política, diz Renan

"Temos a obrigação de não falhar neste momento", disse Renan - Pedro Ladeira/Folhapress
"Temos a obrigação de não falhar neste momento", disse Renan Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

17/03/2015 13h19

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira (17) que a reforma política ainda não foi aprovada pelo Congresso Nacional porque “faltou protagonismo” do governo federal e do PT para que a pauta avançasse.

“Já votamos muita coisa de reforma política. Fizemos uma ampla, uma profunda reforma há 12 anos que tramitou rapidamente no Senado, mas teve muita dificuldade para tramitar na Câmara dos Deputados. Mas faltou, sobretudo, nesses momentos, o protagonismo do governo e o protagonismo do PT”, afirmou Renan.

Os líderes do PMDB e vice-presidente Michel Temer fizeram um ato na Câmara hoje para apresentar a proposta de reforma política desenvolvida pelo partido.

"Serve esse momento como mobilização em favor da reforma política. Temos a obrigação de não falharmos. O país confia no PMDB", disse Temer ao comentar que o ato é uma resposta às ruas.

Ao comentar as manifestações de domingo, Temer afirmou que os protestos não preocupam o governo nem o Congresso. "Nós não devemos nos preocupar com a movimentação das ruas. [...] O aplauso a esses movimentos significa a relevância da democracia que está instalada definitivamente no nosso país. Nós devemos os líderes todos manifestar-se nessa direção", disse o vice-presidente.

Renan também disse que pretende, ao lado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), definir uma “pauta expressa” para dar andamento à votação da reforma política no Congresso.

Para Renan, dar celeridades às propostas seria dar respostas aos protestos que tem ocorrido no país.

“Temos a obrigação de não falhar neste momento, no exato momento em que o PMDB ocupa as presidências da Câmara e do Senado, agora vai”, declarou.

Reforma Política

Entre as diversas propostas sobre reforma política, PT e PMDB divergem sobre financiamento de campanha eleitoral. O PMDB defende que seja mantido o financiamento privado, mas que a empresa só possa doar para um único partido. Já o PT quer proibir as doações de empresas para políticos e partidos.

Questionado sobre essa divergência, o ex-ministro Moreira Franco (PMDB) afirmou que os dois partidos precisar negociar para chegar a um consenso.

“Conversa e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. É o que exatamente foi entregue ao presidente Michel Temer para que ele inicie as negociações. É necessário que haja negociações”, defendeu Franco.

O PMDB também propõe a criação do chamado "distritão", em que os deputados federais, estaduais e vereadores mais votados nos Estados são eleitos.

Os peemdebistas também querem o fim da reeleição, com mandatos de cinco anos, a partir das eleições de 2022.