Bernal reassume prefeitura de Campo Grande 17 meses após cassação
A 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul determinou, na tarde desta terça-feira (25), a volta de Alcides Bernal (PP) à Prefeitura de Campo Grande. Bernal havia sido cassado em março do ano passado depois que uma Comissão Processante verificou irregularidades em contratos da prefeitura. Na época, 23 vereadores votaram a favor da cassação e seis, contra.
A decisão pelo retorno coincide com o afastamento de Gilmar Olarte (PP) do cargo de prefeito, também por ordem da Justiça. Pastor evangélico, Olarte era vice de Bernal e assumiu o cargo depois da cassação.
Investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apontam que o processo que culminou na cassação teria sido articulado entre Gilmar Olarte, vereadores e empresários de Campo Grande mediante pagamento de propina, nomeações em cargos públicos e benefícios diversos na administração municipal.
Mais cedo, Alcides Bernal, que está em Brasília, publicou um vídeo em sua página no Facebook dizendo estar confiante nas autoridades. “Sabemos que a democracia do nosso município precisa e deve ser respeitada. O crime não pode vencer o bem.”
Segundo o advogado do prefeito reempossado, Wilton Acosta, Bernal retorna a Campo Grande logo mais à noite e deve ir direto ao Paço Municipal.
Além do então prefeito Gilmar Olarte, a Justiça afastou do cargo, nesta terça-feira, o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Mario Cesar (PMDB).
Também acatou pedido de condução coercitiva (quando o suspeito é levado para prestar esclarecimentos) de 13 pessoas – oito vereadores, um ex-vereador, um secretário municipal e três empresários. Eles passaram a manhã sendo ouvidos na sede do Gaeco e saíram sem falar com a imprensa.
A ordem de afastamento foi dada pelo desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, favorável à argumentação do Gaeco, dentro da Operação Coffee Break, que investiga o esquema de compra de votos para cassar o prefeito Alcides Bernal.
Em uma gravação telefônica interceptada antes da cassação, o presidente da Câmara, Mario Cesar, fala ao empresário João Amorim que teve uma “excelente conversa” com os vereadores. O empresário diz que, então, é dia de “pegar outro cafezinho” – uma referência à propina.
Dono da Proteco Construções Ltda, Amorim seria um dos empresários que poderiam ser beneficiados com contratos com a prefeitura no futuro.
Ele também foi alvo da Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, deflagrada no começo de julho e que investiga fraudes em obras estaduais.
Amorim não falou com o UOL. seu advogado, João Amorim, Benedito de Figueiredo, disse que o empresário está tranquilo e que aguarda acesso ao inquérito.
O UOL também tentou contato com o prefeito afastado Gilmar Olarte e o vereador Mario Cesar, mas não obteve retorno.
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