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Investigado, Edson Aparecido deixa a Casa Civil do governo Alckmin

Ex- secretário de Alckmin, Aparecido diz que namorada emprestou dinheiro para comprar imóvel - Adriana Spaca/Brazil Photo Press/Folhapress
Ex- secretário de Alckmin, Aparecido diz que namorada emprestou dinheiro para comprar imóvel Imagem: Adriana Spaca/Brazil Photo Press/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

25/03/2016 20h46

Investigado pelo Ministério Público de São Paulo por suspeita de enriquecimento ilícito e ato de improbidade, o tucano Edson Aparecido deixou oficialmente nesta sexta-feira (25) o cargo de secretário chefe da Casa Civil do governo Alckmin (PSDB). Em comunicado, o Palácio dos Bandeirantes informou que Aparecido "deixou o o governo a pedido" e será candidato a vereador da capital paulista nas próximas eleições.

"O secretário-adjunto, Fabrício Cobra, passa a responder pela pasta", afirma a nota do governo de São Paulo.

Em fevereiro, o UOL revelou que Edson Aparecido comprou em 2006 um apartamento de luxo na Vila Nova Conceição, zona sul da capital, por cerca de 30% do valor de mercado do imóvel. O apartamento foi vendido ao ex-chefe da Casa Civil do governo de São Paulo pelo empreiteiro Luiz Alberto Kamilos, dono da Construtora Kamilos, contratada pelo Estado de São Paulo para execução de vultosas obras públicas.

Edson Aparecido vinha perdendo espaço no governo Alckmin por não ter feito campanha para o empresário João Doria nas prévias do partido. Doria, que será candidato tucano à Prefeitura, foi apoiado pelo governador na disputa interna contra o vereador Andrea Matarazzo.

Ele era o responsável pela articulação política do Palácio dos Bandeirantes e foi coordenador da campanha de reeleição do governador Geraldo Alckmin em 2014. 

Prédio Edson Aparecido - Lucas Lima/UOL - Lucas Lima/UOL
Fachada do prédio onde mora o secretário da Casa Civil do governo Alckmin, Edson Aparecido; o imóvel foi comprado de um empreiteiro por 30% do valor de mercado
Imagem: Lucas Lima/UOL

A gota d'água que azedou a relação entre Alckmin e Aparecido foi um discurso do secretário, em um ato de encerramento da pré-campanha de Doria, no qual ele pregou unidade ao PSDB, exaltou os quadros "históricos" do partido, mas não declarou voto no empresário. O governador não teria gostado da atitude do auxiliar.

Dirigentes tucanos dizem, de forma reservada, que a disputa pela vaga de candidato à Prefeitura de São Paulo causou um racha irreversível no partido.

Investigação

Em depoimento ao Ministério Público, Edson Aparecido afirmou na última terça-feira (22) que para adquirir o bem, pegou emprestado, em 2006, R$ 110 mil de uma assistente pessoal e de sua então namorada - hoje sua mulher - para completar o valor de compra do imóvel. À época, o apartamento foi comprado por R$ 620 mil. Hoje, está avaliado em R$ 2,5 milhões. 

(Com Estadão Conteúdo).

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