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Após 12 horas de sessão de impeachment, Senado dá sinais de cansaço

Sessão de votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff tem clima de dia normal de trabalho - Felipe Amorim/UOL
Sessão de votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff tem clima de dia normal de trabalho Imagem: Felipe Amorim/UOL

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

11/05/2016 22h49

Passadas mais de 12 horas da sessão que vai votar o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), os senadores dão sinais de cansaço e o clima no plenário do Senado poderia ser descrito como de tédio -- não fosse o fato de faltar poucas horas para a votação da medida mais drástica contra o chefe do Executivo. A sessão começou às 10h da manhã desta quarta-feira (11).

Ao contrário da algazarra vista na Câmara dos Deputados com gritos de guerra e cartazes, às 22h no Senado, os discursos, fossem contra ou a favor do impeachment, não pareciam empolgar a maioria dos senadores em plenário, que não ficou cheio todo o tempo, com quase metade das fileiras vazias em alguns momentos, apesar de 75 senadores terem registrado presença na Casa.

Ao ser aprovado na Câmara, a maior parte do mundo político passou a considerar como certa a abertura do processo pelo Senado, embora há quem acredite que a petista possa evitar sua condenação na fase de julgamento pelos senadores.

A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) parecia gravar um pronunciamento em vídeo com o próprio celular quando, às 21h51, o senador Reguffe (sem partido-DF) discursava sobre “uma nova forma de fazer política” e pedia pela reforma tributária.

Pouco antes, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e Paulo Paim (PT-RS) ficaram rapidamente ao telefone, enquanto José Medeiros (PSD-MT) olhava atentamente a tela de seu computador.

O líder do governo, Humberto Costa (PT-PE), estudava detidamente um texto na hora da fala de Hélio José (PMDB-DF), enquanto Fernando Bezerra (PSB-PE), do outro lado do plenário, se engajava em uma conversa pelo celular e Jorge Viana (PT-AC) gravava uma entrevista para o celular de um assessor.

Pouco antes, lá pelas 20h, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teve que pedir silêncio. Não pela esperada disputa política sobre o impeachment, mas porque a visita de deputados à sessão disparou conversas paralelas no plenário.

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“O Senado é uma instituição de 190 anos, nós não vamos transformá-lo em uma feira de passarinhos”, afirmou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao passar uma bronca nos colegas da Câmara que falavam em voz alta.

Às 22h15, o senador Armando Monteiro (PTB-PE), com a mesma determinação que o levou a deixar o Ministério do Desenvolvimento para votar contra o impeachment, foi visto acompanhando o terceiro orador em sequência sem perder a atenção. Quando o quarto senador começou a discursar, Monteiro sacou o telefone celular.

Às 22h30, já haviam falado 36 dos 70 senadores inscritos. Se todos os restantes usarem os 15 minutos a que têm direito, serão mais oito horas e meia de debates e a votação que pode determinar o afastamento temporário da presidente seria realizado apenas no início da manhã da quinta-feira.

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