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Jucá nega 'vale tudo' para barrar denúncia e diz que Congresso tratará de 'flechada e baixaria'

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

26/09/2017 14h37Atualizada em 26/09/2017 16h16

O líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), negou nesta terça-feira (26) que “vale tudo” para barrar a segunda denúncia contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), na Câmara dos Deputados. Segundo ele, quaisquer “fechada e baixaria” serão tratadas devidamente pelo Congresso Nacional.

Durante a análise da primeira denúncia da contra Temer, no início de agosto, a liberação de emendas parlamentares foi apontada como moeda de troca entre governo e parlamentares para que o processo contra o presidente fosse barrado na Câmara.

A declaração foi dada após ser questionado sobre possíveis fisiologismos praticados pelo governo para angariar o apoio de parlamentares contra a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República), como negociações da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) e a liberação de emendas parlamentares.

“Não [vale tudo]. Pelo contrário, diria que o governo está leiloando a Cemig, está vendendo a Cemig, coisa que o governo anterior não fez. [...] O governo [Temer] libera emendas porque é obrigatório liberar emendas de parlamentares. Parlamentares da oposição que votarão contra o Michel [Temer] estão recebendo também, então não há nenhum tipo de dificuldade. O governo não está preocupado”, afirmou.

Jucá também negou que o governo esteja abrandando o texto do Refis, programa de renegociação de dívidas de empresas com a Receita, desejo de parte dos parlamentares, como forma de tentar barra a denúncia. 

“A equipe econômica não é contra concessões, mas a favor de uma negociação equilibrada e estamos discutindo isso com o Congresso”, falou.

Na avaliação de Jucá, a apresentação da denúncia pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot aconteceu “como uma ação de despedida”. “Se há especulação, se há flechada, se há baixaria, o Congresso tratará disso tudo da forma que deve tratar”, ressaltou Jucá.

De 1º de janeiro até 4 de agosto, o governo liberou R$ 4,17 bilhões em emendas parlamentares obrigatórias, segundo dados da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara. Do montante, R$ 4,03 bilhões, ou 96,6%, foram autorizadas em junho e julho, os dois meses anteriores à votação da primeira peça da PGR contra Temer. Ao todo, R$ 6,14 bilhões estão previstos para 2017 em emendas individuais de deputados e senadores.