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Ausência de Ciro Gomes em prisão de Lula incomoda a esquerda

11.abr.2018 - Jaques Wagner (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) em acampamento de militantes do PT em frente à Superintendência da PF, em Curitiba - Zanone Fraissat/FOLHAPRESS
11.abr.2018 - Jaques Wagner (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) em acampamento de militantes do PT em frente à Superintendência da PF, em Curitiba Imagem: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS

Vinicius Boreki

Colaboração para o UOL, em Curitiba

11/04/2018 12h09

Muitos políticos vieram a Curitiba desde a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último sábado (7), para demonstrar apoio ao petista, entre senadores, deputados, governadores e pré-candidatos à Presidência da República. Nesta quarta-feira (11), foi a vez do ex-ministro e governador Jaques Wagner (PT) e do presidenciável pelo PSOL, Guilherme Boulos. No entanto, as lideranças de esquerda voltaram a se incomodar com a ausência de Ciro Gomes, pré-candidato pelo PDT, que não foi notado nem em São Bernardo Campo (SP) ou no acampamento montado pelos apoiadores do ex-presidente nas proximidades da Superintendência da PF (Polícia Federal).

"Eu espero que o Ciro venha para cá. Ciro se colocou na defesa da democracia no momento em que houve o golpe parlamentar no Brasil, mas é ele que precisa dizer porque não veio ainda", disse Boulos nesta manhã. O psolista já havia criticado a ausência do pré-candidato do PDT nos dois dias em que Lula ficou no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC antes de se entregar à PF.

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Jaques Wagner evitou criticar a posição do pedetista. “Ciro tem todo o direito de lançar a candidatura dele, é um quadro da melhor qualidade, apesar de algumas falas desnecessárias. Cada um tem a sua e tem o seu direito”, afirmou o ex-governador da Bahia, tentando desconversar sobre a situação.

De acordo com Wagner, os partidos alinhados à esquerda devem discutir suas plataformas, visando o progresso do país. “O nome será uma consequência”, analisou. No entanto, ele interpreta como normal que cada partido teste os seus quadros no primeiro turno. “Toda a esquerda pode testar o seu candidato. No segundo turno, a gente se une. Quem vai liderar vai depender da conjuntura eleitoral”, avaliou.

Na última segunda-feira (9), o presidente do PDT, Carlos Lupi, declarou que pretende fazer uma visita à Lula ao lado de Ciro Gomes. De acordo com ele, o presidenciável se ausentou no apoio a Lula porque esteve nos Estados Unidos, participando de um evento promovido pela Universidade de Harvard, e teve agendas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina na última terça-feira (10).

Lula está preso na Superintendência da PF em Curitiba para cumprir pena pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP). Ele foi condenado pela segunda instância a 12 anos e um mês de prisão. Ainda assim, o PT anunciou que vai manter a pré-candidatura do ex-presidente ao Planalto. Ele pode ser registrado, mas sua eventual participação nas eleições dependerá do aval da Justiça Eleitoral.