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PT barra alianças com PSDB e DEM

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em evento de comemoração pelos 40 anos do partido, no Rio de Janeiro - Daniel Ramalho/AFP
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em evento de comemoração pelos 40 anos do partido, no Rio de Janeiro Imagem: Daniel Ramalho/AFP

Pauline Almeida

Colaboração para o UOL, no Rio

08/02/2020 23h40

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, declarou hoje que a legenda não vai fazer alianças para as eleições municipais deste ano com PSDB, Democratas e partidos classificados como de extrema-direita, por exemplo o PSL.

"Nossa decisão é de não ter aliança com partidos de extrema-direita", afirmou aos jornalistas, durante o festival que comemorou os 40 anos do PT, na Fundição Progresso, no Centro do Rio.

A decisão sobre as eleições municipais foi tomada ontem pela direção nacional do PT e não considera PSDB e DEM como partidos do chamado Centrão, mas ultraliberais, por isso, barrados de possíveis alianças.

Porém, questionada se a medida valeria para todos os municípios do país, Gleisi disse que é preciso avaliar caso a caso. A preferência é por parcerias com as legendas de esquerda, como PCdoB, PSB, PDT, PSOL, além de PCO, Rede e o novo Unidade Popular.

"Às vezes podem acontecer [conversas com PSDB e DEM] e aí nós vamos ter que decidir sobre isso, como já decidimos nas outras vezes. Já desmanchamos aliança, já intervimos em eleição", disse Gleisi.

Segundo a deputada federal, a ideia do partido é indicar candidatos a prefeito no maior número de municípios possível. Apesar disso, no Rio de Janeiro, o PT deve ter Benedita da Silva, deputada federal ex-governadora do estado, como vice na chapa encabeçada por Marcelo Freixo, deputado federal pelo PSOL.

"Nós temos uma conversa já avançada com PSOL e outros setores progressistas da sociedade, com o objetivo de fazer aliança, uma frente, para enfrentar tanto o governo do Estado, como governo municipal, como governo federal", informou, destacando a necessidade de ir contra o mandato do prefeito Marcelo Crivella, do governador Wilson Witzel e do presidente Jair Bolsonaro, todos conservadores.

Mais cedo, em um evento com intelectuais, o ex-presidente Lula debateu a articulação do partido não para as eleições municipais, mas dentro do Congresso. Para ele, é preciso ampliar a conversa entre petistas e outros nomes da oposição ao presidente Jair Bolsonaro.

Para a presidente do PT, o momento é inclusive de diálogos pontuais com integrantes da centro-direita para angariar votos para as pautas importantes à esquerda. "Nós já fizemos conversas com partidos conservadores que são base de sustentação do Bolsonaro no Congresso em questões pontuais. A gente tem que explorar as contradições da base e angariar apoio para pautas que nos interessam, disse.