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FHC diz que 'é melhor o fim de Bolsonaro do que do povo' com coronavírus

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) - Sebastián Vivallo Oñate/Agencia Makro/Getty Images
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) Imagem: Sebastián Vivallo Oñate/Agencia Makro/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

24/03/2020 23h38

Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ex-presidente da República, se manifestou na noite de hoje sobre o criticado pronunciamento de Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o novo coronavírus. Ele pede que o atual líder do país se cale e pare de repetir "opiniões desastradas".

"Eu não ia voltar ao tema, mas o presidente repetiu opiniões desastradas sobre a pandemia. O momento é grave, não cabe politizar, mas opor-se aos infectologistas passa dos limites. Se não calar, estará preparando o fim. E é melhor o dele que de todo o povo. Melhor é que se emende e cale", escreveu FHC em seu perfil do Twitter (veja abaixo).

Ontem, após ser criticado, Bolsonaro vetou artigo de uma Medida Provisória que permitia a suspensão de contratos de trabalho por até quatro meses por causa da pandemia. Hoje, mais cedo, Fernando Henrique já havia feito comentários sobre a pandemia de covid-19 e qual deveria ser a postura dos líderes do Brasil.

"Não basta pensar na economia, tem de pensar nas pessoas também. Eu sei que é difícil. Não cobro por aquilo que eu sei que o preço é muito alto. Não cobro de ninguém, mas acho que é o momento para nós todos entendermos que temos de dar as mãos uns aos outros", afirmou FHC.

O ex-presidente disse que é preciso, neste momento, pensar em primeiro lugar nos mais vulneráveis, que são as pessoas mais velhas e com baixa renda.

"Quando são velhos e pobres e quando são só pobres, a dificuldade é maior. Mas não é só, muita gente precisa de emprego e de alguma maneira manter a economia funcionando, até que ponto?", declarou.

FHC afirmou ainda que as pessoas devem ter paciência para entender que que quem toma decisões tem de olhar o conjunto e que, muitas vezes, aquilo que provoca indignação tem uma razão de ser.

"Não digo isso como quem queira absolver os erros daqueles que comandam. Há muitos erros, eu sei, não é o momento. O momento agora é de nós vermos o imediato, e o imediato é ficar em casa, tratar de ver se é possível, aqueles que puderem, trabalhar mesmo que seja de casa. Se não for de casa, continuar trabalhando e ter bom senso, saber que as coisas mudam e passam", disse.