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Lula diz que nunca interferiu na PF e cita invasão de casa de irmão

27.nov.2019- Lula em entrevista para um canal no YouTube - Reprodução
27.nov.2019- Lula em entrevista para um canal no YouTube Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

14/05/2020 17h09

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã de hoje que jamais interferiu na Polícia Federal, em clara referência às acusações feitas contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

No Twitter, Lula relembrou o dia em que o seu irmão, Vavá, teria tido a casa invadida pela PF, e que optou por não se intrometer por entender que tratava-se do irmão do Lula e não do presidente. Lula ficou sabendo do mandado de busca 11 horas antes da operação.

"É bom lembrar que nunca interferi na PF, nunca interferi no MP, nem na CGU. Eu era presidente, mas sabia que o Brasil não era meu. Ainda era presidente e a PF invadiu a casa do meu irmão e não me intrometi, entendi que era irmão do Lula e não do presidente da República", disse o político.

Como mostrou o UOL, a mudança no comando da polícia no Rio de Janeiro foi o estopim público da série de crises que separaram o ex-ministro da Justiça Sergio Moro do presidente.

Após Moro pedir demissão, Bolsonaro nomeou o delegado Rolando Alexandre para a PF. No primeiro dia de trabalho, ele iniciou alterações no Rio. Isso deixou os policiais assustados. Mas, após a repercussão, foi escolhido um chefe local sem vinculação com o presidente, o que trouxe alívio à corporação.

Investigações sensíveis à família Bolsonaro passaram pela PF na capital fluminense. Bolsonaro nega que tenha falado em trocar o comando da PF para proteger a família em vídeo.

Moro elogiou autonomia da PF em governos do PT

Ao deixar o governo Bolsonaro, Moro reconheceu a autonomia que a PF teve. Os governos de Lula —2003 a 2010— e Dilma Rousseff (PT) —2011 a 2016— foram os principais alvos da Operação Lava Jato, cujos processos eram comandados por Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba.

"Foi garantida a autonomia da Polícia Federal durante esses trabalhos de investigação. É certo que o governo na época tinha inúmeros defeitos, aqueles crimes gigantescos de corrupção", afirmou.

"Mas foi fundamental a manutenção da autonomia da PF para que fosse possível realizar esse trabalho. Seja de bom grado ou seja pela pressão da sociedade, essa autonomia foi mantida", completou.