Topo

Esse conteúdo é antigo

Doria responde a Bolsonaro: "Saia da bolha de ódio e comece a ser um líder"

Governador João Doria (PSDB) durante entrevista coletiva - ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Governador João Doria (PSDB) durante entrevista coletiva Imagem: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

14/05/2020 16h14

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), respondeu aos comentários feitos hoje pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante reunião com um grupo de empresários sobre a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Após ouvir do presidente que "um homem está decidindo o futuro de São Paulo, decidindo o futuro da economia do Brasil", que os empresários "têm que chamar o governador e jogar pesado", e que o cenário atual é uma "guerra", Doria usou sua conta no Twitter para contra-atacar Bolsonaro citando atitudes recentes dele em meio à crise.

"Mais uma vez, o presidente Bolsonaro deixa de defender a saúde dos brasileiros para atacar quem está trabalhando para proteger vidas. Prefere comícios, andar de jet ski, treinar tiros e fazer churrasco. Enquanto milhares de brasileiros morrem por coronavírus", escreveu o governador. Doria ainda disse que Bolsonaro deve "acordar para a realidade".

"Acorde para a realidade presidente Bolsonaro. Saia da bolha de ódio e comece a ser um líder. Se for capaz", concluiu o tucano.

Sem citar Bolsonaro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), disse que não aceitará a "tese de Pôncio Pilatos" com governantes "lavando as mãos" diante da pandemia. "As responsabilidades pelas consequências terão que ser assumidas por todos. Como governador, vou vocalizar o que a maioria estiver disposta a colocar em prática, mas vou continuar lutando pela vida", escreveu no Twitter.

Caiado ainda atacou a "ganância de alguns" no meio da crise, em referência aos casos investigados de irregularidades em compras de materiais e equipamentos necessários para enfrentamento da pandemia, mas disse que a prioridade é salvar vidas.

"Lamento a ganância de alguns, mas não vou desistir de tentar construir uma convergência. A nossa "loucura" é salvar vidas, uma loucura fácil de ser explicada. Já alguns terão que explicar a corrupção, o uso do sofrimento das pessoas mais carentes em benefício próprio", disse.

Outro governador a se manifestar no Twitter com o discurso de salvar vidas foi Rui Costa (PT), da Bahia. "Não administro o Estado pelas redes sociais. Não tenho medo de milícia digital que propaga a mentira e o ódio. Trabalho para salvar vidas. Nem tentem me intimidar. Medo não faz parte do meu dicionário", escreveu.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), falou diretamente sobre Bolsonaro. "O diálogo sincero é o único caminho para, prioritariamente, preservarmos vidas e também empregos. Alimentar o enfrentamento, como tem feito o presidente Bolsonaro, dificulta ainda mais o trabalho durante esta pandemia", disse na mesma rede social.