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Sara Winter é denunciada por injúria e ameaça contra Alexandre de Moraes

Sara Winter é alvo de dois inquéritos relatados por Alexandre de Moraes no STF - Reprodução/Instagram
Sara Winter é alvo de dois inquéritos relatados por Alexandre de Moraes no STF Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

17/06/2020 09h45Atualizada em 17/06/2020 12h29

A ativista Sara Winter, principal porta-voz do grupo bolsonarista autodenominado "300 do Brasil", foi denunciada pelo MPF (Ministério Público Federal) pelos crimes de injúria e ameaça contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Caso condenada, ela será obrigada a reparar Moraes em valor mínimo de R$ 10 mil por danos morais. A denúncia foi protocolada ontem e tornada pública hoje.

Sara atacou o ministro nas redes sociais depois de ter sido alvo de mandado de busca e apreensão no inquérito das fake news. Na ocasião, a ativista falou em persegui-lo e "trocar socos" com ele. Ela foi presa na última segunda-feira (15) no inquérito que apura manifestações de rua antidemocráticas, também relatado por Moraes no Supremo.

"Eles não vão me calar. De maneira nenhuma. Pelo contrário. Eu sou uma pessoa extremamente resiliente. Pena que ele mora em São Paulo. Se estivesse aqui, eu tava na porta da casa dele, convidando ele para trocar soco comigo. Juro por Deus, eu queria trocar soco com esse filho da puta desse arrombado. Infelizmente eu não posso. Mas eu queria. Ele mora lá em São Paulo, né? Você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor", afirmou ela na ocasião, em vídeo que circulou no Twitter.

Na denúncia enviada à 15ª Vara de Justiça Federal, o procurador da República Frederick Lustosa relatou as declarações proferidas pela ativista.

"(Sara) ofendeu o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes (no exercício de suas funções), atingindo-lhe a dignidade e o decoro, utilizando-se de meio que facilitou a divulgação das injúrias (redes sociais); bem como ameaçou o ofendido de causar-lhe mal injusto e grave", escreveu o procurador.

Não foram denunciados crimes contra a Lei de Segurança Nacional, que define crimes contra a ordem política e social, e a representação enviada pelo ministro nesse aspecto foi arquivada. O procurador argumenta que a conduta dela não afrontou esta lei, já que não houve lesão real ou potencial dos bens protegidos pela norma, e que Sara não impediu de fato o livre exercício da função do ministro, nem do STF de maneira geral.

Lustosa concluiu ainda que a manifestação da qual Sara fez parte, em frente ao STF, com um grupo utilizando capuzes e tochas, está inserida no contexto da liberdade de expressão e não foram verificados requisitos jurídicos que justificassem eventual pedido de prisão preventiva no âmbito da investigação.

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