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Crivella deixa Cidade da Polícia para exames no IML, após ser preso

Do UOL, em São Paulo

22/12/2020 11h52

Preso no início da manhã de hoje, o prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (Republicanos) - agora afastado das funções - deixou por volta das 11h50 a Cidade da Polícia rumo ao IML (Instituto Médico Legal), onde passará por exame de corpo de delito, conforme mostraram imagens da CNN e da GloboNews.

Crivella, que havia se manifestado contra a prisão pela manhã, não se pronunciou desta vez. O político chegou ao IML por volta das 12h, ficou dentro do prédio por cerca de dez minutos e retornou à viatura. Segundo a GloboNews, ele agora parte para o presídio de Benfica.

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Crivella é encaminhado ao IML, passando pela avenida Brasil, no Rio
Imagem: Reprodução/GloboNews

A prática é comum para quem é preso e será seguida por uma audiência de custódia no Tribunal de Justiça, às 15h, no Centro do Rio, antes de ser levado ao presídio.

Apenas os advogados e os réus participarão da audiência, que será conduzida pela desembargadora, Rosa Helena Penna Macedo Guita será a responsável por conduzir a audiência.

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Crivella chega ao IML para exame de corpo de delito
Imagem: Reprodução/GloboNews

A prisão

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, foi preso na manhã de hoje em uma operação conjunta do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e da Polícia Civil. Crivella também foi suspenso das funções públicas, segundo determinação do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro). Com isso, ele está afastado do cargo.

A ação que levou à prisão de Crivella é um desdobramento da Operação Hades, deflagrada em março, que investiga um suposto esquema de pagamentos de propina para a liberação de contratos da Prefeitura do Rio, chamado de "QG da Propina". No total, a polícia tenta cumprir sete mandados de prisão (leia mais abaixo).

22.dez.2020 - O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), no momento em que chega à Cidade da Polícia, após ter sido preso na manhã de hoje - José Lucena/Folhapress - José Lucena/Folhapress
22.dez.2020 - O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), no momento em que chega à Cidade da Polícia, após ter sido preso na manhã de hoje
Imagem: José Lucena/Folhapress

Ao chegar à Delegacia Fazendária, na Cidade da Polícia, onde presta depoimento, Crivella falou rapidamente com os jornalistas. "Fui o prefeito que mais combateu a corrupção na Prefeitura do Rio de Janeiro", declarou, dizendo ainda que agora espera "justiça".

Crivella disputou a reeleição em novembro, mas foi derrotado por Eduardo Paes (DEM) no segundo turno. Ele era apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Seu mandato termina em nove dias, em 31 de dezembro.

Quem assume o comando da cidade é o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (DEM). O vice-prefeito Fernando McDowell morreu em maio de 2018.

Sete mandados de prisão

Além de Crivella, são alvos da operação o ex-senador Eduardo Lopes (Republicanos-RJ), o empresário Rafael Alves e o ex-tesoureiro de campanhas eleitorais de Crivella, Mauro Macedo. Há mandados contra Fernando Morais (delegado), Cristiano Stokler e o empresário Adenor Gonçalves.

O ex-senador Eduardo Lopes não foi encontrado em casa. Ele foi presidente da Riotur e assumiu a vaga no Senado após a eleição de Crivella para a Prefeitura do Rio, em 2016.

Eles são acusados por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. De acordo com as investigações, empresas que desejavam fechar contratos com a prefeitura ou tinham recursos a receber do município eram obrigadas a pagar propina a Rafael.

Em troca, o empresário facilitava a assinatura dos contratos e o pagamento das dívidas. Contra ele, a polícia também cumpre um mandado de busca e apreensão de uma lancha que está em Angra dos Reis, na região da Costa Verde do Rio.

O UOL entrou em contato com os advogados dos suspeitos, mas ainda não obteve retorno.

As investigações se baseiam no acordo de colaboração premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso pela Operação Câmbio, Desligo. Ele apontou Rafael Alves como chefe do esquema criminoso que acontecia na prefeitura.

O prefeito do Rio e membros do primeiro escalão de seu governo foram alvos de outra operação do MP-RJ em setembro. Na ocasião, Crivella teve o celular apreendido.