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Jorge Felippe, presidente da Câmara, assume a Prefeitura do Rio

O presidente da Câmara de Vereadores do Rio, Jorge Felippe (DEM) - Divulgação
O presidente da Câmara de Vereadores do Rio, Jorge Felippe (DEM) Imagem: Divulgação

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio

22/12/2020 08h11Atualizada em 22/12/2020 12h33

O presidente da Câmara de Vereadores do Rio, Jorge Felippe (DEM), assume interinamente a prefeitura pelos próximos nove dias, após a prisão de Marcelo Crivella (Republicanos). O vice-prefeito Fernando Mac Dowell (PL) morreu em maio de 2018, devido a complicações decorrentes de um infarto agudo do miocárdio.

"Quero tranquilizar os moradores da cidade do Rio de Janeiro, garantindo que a cidade não ficará sem comando nestes últimos dias da atual gestão. Como prefeito em exercício, vou orientar a todos os secretários municipais e dirigentes de empresas e órgãos para que mantenham a máquina pública a pleno vapor. Vamos trabalhar com afinco e dedicação até o último dia", disse Jorge Felippe.

Em entrevista ao RJ1, Felippe comentou suas primeiras ações: "Estou conversando com os secretários, até o momento falei com dez, como os da Fazenda e Saúde. Os pagamentos do 13º dos servidores seguem para amanhã. A Secretaria de Fazenda está fazendo um levantamento para saber o que pode ser feito pelos outros servidores. A prefeitura do Rio vive um momento econômico muito difícil e estamos fazendo todos os esforços."

Ele também falou sobre a conversa que teve com o governador em exercício, Cláudio Castro (PSC): "Devo procurá-lo ainda hoje ou amanhã para falar sobre a situação da covid-19 no Rio. Eu já solicitei as atas do Comitê Científico para que tenhamos conhecimento das decisões e sugestões e vermos o que pode ser feito. Vamos discutir com o governador, vou falar com o Daniel Soranz [futuro secretário de Saúde] para vermos essa questão, que é de interesse comum."

Vereador desde 1979

Nascido e criado em Bangu, o vereador é formado em Direito. Jorge Felippe é autor da lei que implantou na cidade as escolas de horário integral, em turno único. Através da lei, foram criadas as Escolas do Amanhã, e gradualmente todas as escolas municipais estarão em horário integral com aulas de reforço, atividades esportivas e culturais, lazer e refeições.

Como vereador, é autor de leis como a criação da Guarda Municipal, a lei que obrigou a prefeitura construir acesso para deficientes físicos nas calçadas e outra que tornou obrigatório assento prioritário nos transportes públicos para deficientes, idosos e gestantes. A Feira de São Cristóvão é um projeto criado por lei do Jorge Felippe e ele também criou a lei que regulamentou o serviço de táxi na cidade do Rio, além de outra que regulamentou o serviço do comércio ambulante.

Jorge Felippe é vereador desde 1979 e é o presidente do Legislativo carioca com maior longevidade.

O prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes (DEM) contou nas redes sociais que ligou para Jorge Fellippe, pedindo para que a equipe de transição prossiga nos últimos dias de mandato.

"Conversei nessa manhã com o presidente da Câmara de Vereadores Jorge Felipe para que mobilizasse os dirigentes municipais para continuar conduzindo suas obrigações e atendendo a população. Da mesma forma, manteremos o trabalho de transição que já vinha sendo tocado", disse Paes.

Pelas redes sociais, o governador Cláudio Castro (PSC) disse que se colocou à disposição de Jorge Felippe. "Diante dos últimos acontecimentos, acabei de falar com o presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Jorge Felippe, que assume a prefeitura da nossa capital. Coloquei todo o nosso time à disposição para que a população não seja ainda mais prejudicada."

"A transição vai continuar e vamos fornecer todas as informações necessárias para a nova equipe. Vamos garantir o pleno funcionamento dos serviços municipais até o dia 1º de janeiro. O Rio de Janeiro tem prefeito", garantiu Felippe.

Operação conjunta do MP-RJ e da Polícia Civil

Crivela foi preso na manhã de hoje em uma operação conjunta do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e da Polícia Civil. A ação que levou à prisão de Crivella é um desdobramento da Operação Hades, deflagrada em março, que investiga um suposto esquema de pagamentos de propina para a liberação de contratos da Prefeitura do Rio, chamado de "QG da Propina".

Ao todo, a polícia tenta cumprir sete mandados de prisão. Além de Crivella, são alvos o ex-senador Eduardo Lopes (Republicanos-RJ), o empresário Rafael Alves e o ex-tesoureiro de campanhas eleitorais de Crivella, Mauro Macedo. Há mandados contra Fernando Morais (delegado), Cristiano Stokler e o empresário Adenor Gonçalves.

O ex-senador Eduardo Lopes não foi encontrado em casa. Ele foi presidente da Riotur e assumiu a vaga no Senado após a eleição de Crivella para a Prefeitura do Rio, em 2016.