Janones posta 'trabalho' na Câmara e é cobrado a falar sobre ameaças a ex

O deputado federal André Janones (Avante-MG) postou hoje em uma rede social que estava trabalhando "até tarde" em seu gabinete na Câmara e acabou sendo cobrado por ter sido enquadrado por uma ex na Lei Maria da Penha. Seu escritório, porém, estava fechado, sem nenhum funcionário e com as portas trancadas.

O que aconteceu

A reportagem esteve no local à tarde e viu o gabinete vazio e com as luzes apagadas. Na postagem na rede social, o deputado publicou, por volta das 13h, uma foto no plenário com a legenda: "O que vocês querem me perguntar? Vai começar mais um dia de trabalho por aqui. Hoje não tem sessão, mas o trabalho no gabinete será até tarde da noite".

Até a publicação deste texto, a publicação no Facebook contava com mais de 1.300 comentários. Vários questionavam sobre as ameaças e a exposição de uma foto íntima de sua ex-mulher. As perguntas não foram respondidas pelo perfil do deputado nem ele respondeu à reportagem.

Janones ainda não se manifestou sobre o caso. Sua ex-mulher, a prefeita de Ituiutaba (MG) Leandra Guedes (Avante), conseguiu uma medida protetiva contra ele. Segundo ela relatou à Justiça de Minas, o deputado enviou uma foto íntima dela a um secretário municipal como tentativa de pressioná-la a demitir uma aliada.

A decisão cita "possível violência psicológica e social" contra a prefeita. Também determina que o parlamentar seja preso em flagrante caso desrespeite a medida protetiva.

Proibições incluem contato e fotos. O caso veio à tona ontem, mas, desde o Natal passado, ele está proibido de entrar em contato com a prefeita ou seus familiares; de se aproximar a menos de 300 metros dela, de sua família e das testemunhas; de frequentar os mesmos lugares; e de "divulgar, transmitir ou propagar fotografias, vídeos ou qualquer mídia a respeito da ofendida".

Leandra Guedes trabalhou como assessora parlamentar de Janones. Eles foram investigados no inquérito que apurava um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete do deputado, mas ela não foi indiciada. O caso foi encerrado em março, após ele fechar um acordo com a PGR (Procuradoria-Geral da República).

Até o momento, Leandra e os outros envolvidos no caso não quiseram comentar o assunto. O espaço está aberto a manifestações. O caso corre em segredo de Justiça.

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Imagem: Arte/UOL
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