Braço direito de Torres: quem é o número 2 da Abin demitido por Lula
A investigação da PF que mira conduta da Abin no governo Bolsonaro provocou hoje a que queda do número dois da agência de inteligência.
O que aconteceu
Alessandro Moretti é apontado por integrantes do governo Lula como bolsonarista. O agora ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência foi citado nominalmente em um dos relatórios da PF que apontam a suspeita de conluio entre a atual gestão da Abin e com investigados no esquema de monitoramento ilegal de autoridades sob Bolsonaro.
Delegado da PF, ele foi braço direito de Anderson Torres. Moretti atuou como secretário-executivo da Segurança Pública do DF entre 2019 e 2021, na primeira gestão de Torres — que foi preso sob acusação de omissão nos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Moretti foi ainda diretor de Inteligência Policial (2022 a 2023) e de Tecnologia da Informação e Inovação (2021 a 2022) da PF na gestão Bolsonaro. Também foi diretor de Gestão e Integração de Informações da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em 2020.
O delegado só conseguiu permanecer na cúpula da Abin até hoje pela relação de confiança que tinha com o diretor-geral, Chefe da Abin, o delegado Luiz Fernando Corrêa. Após a operação da PF, governistas defendem uma mudança geral na Abin, que, desde março de 2023, passou a ser subordinada à Casa Civil, e não mais GSI.
A demissão de Corrêa chegou a ser discutida na reunião com ministros hoje, mas o presidente Lula decidiu mantê-lo no cargo.
No início dos anos 2000, Moretti foi um dos responsáveis por investigar a guerra dos caça-níqueis no Rio de Janeiro. Ele também atuou na investigação que prendeu o maior contrabandista do país, o empresário Law Kin Chong, em São Paulo.
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