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Presidente do Simec afirma que vaias não eram para médicos cubanos

Do UOL, em São Paulo

27/08/2013 14h40

O presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), José Maria Pontes, afirmou nesta terça-feira (27) que os manifestantes não vaiaram os médicos cubanos durante protesto organizado pelo sindicato na segunda-feira (26). "As vaias e as palavras de ordem foram direcionados para os gestores que acompanhavam os médicos estrangeiros na saída da Escola de Saúde Pública do Ceará. Não temos nada contra os colegas cubanos", justifica.

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O protesto, segundo Pontes, foi organizado para criticar tanto o fato dos médicos estrangeiros não precisarem fazer o "Revalida", exame de revalidação do diploma no país, quanto às condições de trabalho desses médicos. "Não vamos aceitar esse trabalho escravo, eles vão receber apenas uma bolsa e não terão nenhum direito trabalhista, como décimo terceiro e hora extra", justifica.

A diferença da bolsa que será recebida pelos estrangeiros também incomoda o presidente do Simec. "Há inclusive disparidade, pois os médicos estrangeiros inscritos no "Mais Médicos" receberão R$10 mil reais, enquanto os colegas cubanos receberão menos. Nós continuaremos denunciando essa situação", avisou.

Pontes justificou os gritos de "escravos" proferido por um grupo de médicos. "Não foi no sentindo pejorativo, mas sim para denunciar que esses médicos estão sendo submetidos a um tipo de trabalho escravo. Isso não está relacionada com a cor da pele, mas sim as condições de trabalho", pondera.

No protesto os médicos estrangeiros foram xingados de escravos pelos colegas cearenses. Houve princípio de tumulto, mas os estrangeiros não revidaram. Apenas passaram constrangidos pelo corredor, na saída da Escola de Saúde Pública do Ceará, com destino ao 23º Batalhão de Caçadores do Exército, onde estão hospedados.

Os médicos estrangeiros ainda ficaram 40 minutos após a aula inaugural estudando uma alternativa para evitar o corredor armado pelos cearenses. Mas não havia outra saída e todos foram submetidos aos gritos dos manifestantes. A polícia acompanhou o protesto de perto, mas não interveio.

A assessoria de imprensa do sindicato informou ainda que os médicos se reunirão em uma assembleia na quarta-feira (28) às 19h para discutir as ações do governo e debater o início de greve.