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Médico em SP denuncia falta de estrutura em PS: 'não tem como fazer nada'

Prefeito de Birigui, Leandro Maffeis (PSL), ao lado da secretária de Saúde, Cássia Rita Santana, e de diretores do pronto-socorro - Reprodução/Facebook
Prefeito de Birigui, Leandro Maffeis (PSL), ao lado da secretária de Saúde, Cássia Rita Santana, e de diretores do pronto-socorro Imagem: Reprodução/Facebook

Naian Lopes

Colaboração para o UOL, em Pereira Barreto (SP)

01/04/2021 23h23

Um médico que trabalha como plantonista no PS (pronto-socorro) de Birigui (SP) divulgou um áudio, em um grupo de WhatsApp, criticando a situação no local. Identificado como Tiago Camilo, o profissional afirma que falta insumo e que precisou tirar dinheiro do próprio bolso para comprar medicamentos.

O médico também afirma que há pacientes que não estão sendo alimentados adequadamente. Ele relatou que o pronto-socorro já foi modelo de gestão em outras oportunidades, mas atualmente os profissionais trabalham em condições de escravidão.

"Eu vou lá praticamente todo dia. Você fica vendo pessoas morrendo o dia inteiro, pacientes morrendo, louco para fazer uma medicação para tentar reverter o quadro ou modificar o quadro, mas não tem condições, não tem como fazer nada", desabafou Tiago no áudio.

Prefeito rebate denúncias

Com a repercussão negativa nas redes sociais, o prefeito de Birigui, Leandro Maffeis (PSL), gravou uma live ontem para rebater as acusações. Ao lado da secretária de Saúde municipal, Cássia Rita Santana, e de diretores do pronto-socorro local, ele negou a situação retratada pelo médico.

"Em um desses áudios, feitos por esse médico, que usa gírias, uma forma estranha de um médico falar por causa da sua graduação, ele diz da falta de medicamentos na saúde", critica o prefeito. "Falta de medicamento não é só em Birigui, mas é em todo o Brasil. Os principais jornais do Brasil hoje estão falando sobre medicamentos. A Santa Casa de Araçatuba, nossa vizinha, soltou nota informando que está perto de fechar a UTI-covid porque não tem sedação. Nós aqui, do pronto-socorro, ainda temos sedação", acrescenta ele.

Procurada, a administração do pronto-socorro de Birigui não quis comentar, mas confirmou que o áudio é do médico Tiago Camilo. Ele estava de plantão e também não falou sobre o caso.

Em nota enviada ao UOL, a Prefeitura de Birigui informou que "a situação no Pronto Socorro Municipal não é diferente da realidade da nossa região e do nosso país, com sistema colapsado por conta da segunda onda da pandemia da covid-19. Hospitais públicos e privados estão sobrecarregados, sem leitos de UTI, com dificuldades para compra de medicamentos e insumos por falta no mercado, conforme noticiado diariamente pela imprensa".

Sobre a alimentação para os pacientes com covid-19 isolados, a gestão municipal afirma que "todos recebem refeição equilibrada fornecida pela Santa Casa. Os lanches, refrigerantes e frutas que são doados por voluntários para o projeto Mãos que Cuidam são destinados, exclusivamente, para os pacientes e acompanhantes dos atendimentos clínicos".

A prefeitura conclui que o prefeito Maffeis "tem acompanhando diariamente in loco a situação da unidade, pois o foco da atual administração é a saúde e, diante da situação crítica da pandemia, em salvar vidas".