Crise política no Paraguai

Unasul exige eleições democráticas para que Paraguai retorne ao bloco

Em Lima

O Paraguai deve realizar eleições democráticas e transparentes se quiser retornar à União das Nações Sul-americanas (Unasul), determinou o bloco regional em reuniões que terminaram nesta terça-feira (24) em Lima, em concordância com pronunciamentos anteriores do Mercosul.

"Há consenso em todos os países da Unasul para ratificar a unidade política e isto significa que todos nós queremos contribuir para que, pela via democrática, seja possível restabelecer o sistema político no Paraguai", declarou Salomón Lerner Ghitis, presidente do Grupo de Alto Nível da Unasul para o acompanhamento da situação política no país sul-americano.

Lerner Ghitis, ex-primeiro-ministro do governo peruano, informou que a Unasul espera que o Paraguai possa promover um processo eleitoral transparente (previsto para abril de 2013) e mostrar respeito pelas liberdades políticas, pelos direitos humanos e pela liberdade de expressão como condições básicas para seu retorno à entidade.

O Grupo de Alto Nível da Unasul, que acompanha a situação paraguaia, voltará a se reunir em 13 de agosto, também em Lima.

A Unasul decidiu suspender o Paraguai após a destituição, em 22 de junho, do ex-presidente Fernando Lugo, afastado da presidência por um julgamento político sumário no Congresso paraguaio e substituído pelo vice-presidente Federico Franco.

Brasil, Argentina e Uruguai - integrantes do Mercado Comum do Sul (Mercosul) ao lado do Paraguai - adotaram a mesma medida em uma cúpula de presidentes em 29 de junho em Mendoza até que se celebrem eleições no país.

Em resposta à sua suspensão do bloco, o governo paraguaio de Franco tentou reverter a decisão e apresentou uma demanda ao Tribunal de Revisão do Mercosul, com sede em Assunção, mas o tribunal rejeitou a demanda no sábado.

Apesar dos duros pronunciamentos dos países membros da Unasul e do Mercosul contra a destituição de Lugo do governo, a Organização de Estados Americanos (OEA) se distanciou das duas entidades, decidindo pela não suspensão do Paraguai como país-membro.

"A suspensão na OEA teria altas implicações econômicas para o país, em vista do impacto direto da decisão em outras instituições do sistema interamericano", explicou o secretário-geral José Miguel Inzulza, que propôs criar uma missão da OEA para promover o diálogo no Paraguai e acompanhar os preparativos das eleições gerais.

Integram o Unasul, grupo de ação política regional, os quatro membros do Mercosul, além de Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

 

 

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