Helicóptero é abatido por rebeldes pela primeira vez por míssil terra-ar na Síria

Em Atme (Síria)

Os rebeldes derrubaram nesta terça-feira (27), pela primeira vez, um helicóptero sírio com um míssil terra-ar, perto de Aleppo, a principal cidade do norte da Síria, em torno da qual os insurgentes apertaram o cerco contra as forças do regime.

O helicóptero foi atingido no momento em que bombardeava os arredores da base militar de Xeque Suleimane, 25 km a noroeste de Aleppo, que os rebeldes tentam tomar para ter o controle sobre todo o norte do país, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"É a primeira vez que os rebeldes conseguem abater um helicóptero com um míssil terra-ar", declarou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.

Um vídeo postado no Youtube pela Brigada Nureddin Zinki mostra um helicóptero sobrevoando a área. Em seguida, é possível ouvir o barulho de uma explosão e uma voz que grita em árabe "Saroukh" (míssil). O helicóptero se transforma em uma bola de fogo e outras pessoas gritam: "Ele foi atingido. Allah Akbar (Deus é grande)".

 

A crise na Síria em fotos
A crise na Síria em fotos

Segundo o OSDH, os rebeldes receberam recentemente dezenas de mísseis deste tipo.

Se esse ataque bem-sucedido for confirmado, o curso da guerra poderá mudar porque os rebeldes terão condições de ameaçar a supremacia aérea das tropas do regime.

Em outra frente, após várias horas de combates, os rebeldes afirmaram que haviam tomado uma posição militar na cidade de Al-Mintar, perto de Al-Sfirem, 15 km a sudoeste de Aleppo, segundo os insurgentes e o OSDH.

A operação foi efetuada pelo grupo islamita Ahrar al-Sham e por unidades do Exército Sírio Livre (ESL), principal força da oposição armada, e 70 militares teriam sido mortos ou capturados na ação.

Seis canhões de 23 mm, baterias lança-foguetes, armas e munições foram apreendidas pelos rebeldes, que sofreram nove baixas fatais.

O OSDH confirmou esta conquista, afirmando que seis rebeldes foram mortos e armas foram apreendidas.

Esta derrota do Exército ocorre uma semana após a tomada da Base 46, um dos últimos redutos do Exército no noroeste do país.

A Força Aérea causou pelo menos cinco mortes e feriu 30 outras pessoas em um ataque a 2 km da cidade de Idleb (noroeste), em uma estrada que leva à aldeia de Ain Chib, de acordo com o OSDH.

Os Comitês Locais de Coordenação (CLC), que organizam a contestação pacífica, relataram 20 mortos e dezenas de feridos.

Em um sinal do aumento da tensão entre os rebeldes e a comunidade curda, em Efrine, região de Aleppo, um ataque teve como alvo o carro de um oficial curdo, que não ficou ferido, e no caminho para o aeroporto de Aleppo, uma mulher curda foi morta.

No sul de Damasco, uma criança e uma mulher foram mortas, a primeira atingida por um disparo de morteiro que caiu no campo de refugiados palestinos de Yarmouk, e a segunda, em confrontos no distrito de al-Qaboune, segundo o OSDH.

Nos subúrbios ao sul da capital, onde o Exército mantém suas ações contra os rebeldes, um atentado com carro-bomba "contra uma barreira de policiais militares em Jdeidet Artouz" matou pelo menos dois soldados, de acordo com o OSDH.

Nas regiões em torno da capital, combates foram registrados em duas cidades conquistadas pela rebelião, Mouadamiya al-Sham e Deraya, de acordo com a oposição.

No total, 111 pessoas foram mortas nos confrontos desta terça-feira, sendo 46 civis, 29 rebeldes e 36 militares, de acordo com o OSDH. Mais de 40.000 pessoas morreram desde o início do conflito, de acordo com a ONG.

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