Turquia suspeita da Síria após atentados que deixaram 41 mortos

De Istambul

A crise na Síria em fotos
A crise na Síria em fotos

A Turquia afirmou suspeitar que a Síria esteja envolvida nos atentados cometidos neste sábado em uma pequena cidade do sul turco, próximo à fronteira síria, que deixaram pelo menos 41 mortos.

O vice-primeiro-ministro e porta-voz do governo turco, Bulent Arinc, disse que o regime sírio do presidente Bashar al-Assad fazia parte dos "suspeitos", após esses dois atentados com carro-bomba que também deixaram centenas de feridos.

"Com seus serviços de inteligência e seus grupos armados, costumam fazer parte dos suspeitos", declarou Arinc ao canal de televisão NTV, se referindo ao regime sírio, mas lembrando que as investigações acabaram de começar.

O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan afirmou que "quem não vê de modo positivo o vento de liberdade que sopra sobre nosso país pode estar envolvido nessas ações", aludindo ao processo de paz iniciado há alguns meses com os rebeldes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), liderado por Abdulah Ocalan.

Os dois atentados com carros-bomba cometidos neste sábado em uma pequena cidade do sul do país próxima à fronteira síria deixaram 40 mortos e uma centena de feridos, anunciou o canal de notícias NTV, citando o ministro turco do Interior, Muammer Guler.

O ministro declarou à rede que o número de mortos poderia aumentar, já que 29 feridos estão em estado grave.

O vice-primeiro-ministro Besir Atalay anunciou pouco depois que o balanço era de 41 vítimas fatais.

Ambos os veículos explodiram em frente à prefeitura e ao correio de Reyhanli, uma cidade de 60.000 habitantes da província de Hatay, situada a oito quilômetros da fronteira síria, disse o ministro à agência Anatolia.

 

"Vamos abrir uma investigação para elucidar" o ocorrido, disse.

Várias ambulâncias se dirigiram ao local para atender às vítimas, mostrou o canal de televisão CNN-Turk, que acrescentou que a prefeitura sofreu grandes danos.

Uma terceira explosão em Reyhanli gerou temores de um novo atentado, mas o ministro Guler afirmou que tinha sido a explosão do tanque de gasolina de um carro, sem relação com as bombas.

A região fronteiriça sofreu uma série de ataques à medida que o conflito na Síria se estendeu para a Turquia, que já foi um país aliado do presidente sírio Hafez al-Assad, pai e antecessor do atual presidente.

Este atentado é o que mais causou vítimas na Turquia desde o começo dos conflitos na vizinha Síria. Em fevereiro, um atentado com carro-bomba em Cilvegozu, pelo qual a Turquia responsabilizou agentes de inteligência sírios, matou 17 pessoas e feriu 30.

"Seja quem for o instigador ou o executor, seja qual for a força de que dispõe, pediremos que nos prestem contas", disse Arinc.

O chanceler turco Ahmet Davutoglu destacou a "coincidência" entre esses ataques e a "intensificação" dos esforços pelo fim da crise síria, dos quais faz parte uma visita de Erdogan a Washington no dia 16 de maio.

"O fato de isso ocorrer num momento em que no mundo inteiro se intensificam os esforços relativos à Síria (...) não é uma coincidência", declarou.

"Nossas forças de segurança tomaram medidas (...) Não permitiremos provocações deste tipo em nosso país", acrescentou.

A Turquia apoia os rebeldes sírios e pediu a Assad para renunciar. Cerca de 400.000 sírios se refugiaram na Turquia. A metade deles vive em campos de refugiados.

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