Gaza tem dia mais violento desde início de ofensiva israelense com 52 mortos

De Gaza (Territórios palestinos)

Pelo menos 52 palestinos morreram neste sábado nos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza, no dia mais sangrento desde o início das hostilidades na terça-feira, elevando o número total de mortos para 157, de acordo com os serviços de emergência palestinos.

O ataque mais violento, ocorrido na noite deste sábado no bairro de Tuffah em Gaza, deixou 18 mortos, de acordo com o porta-voz dos serviços de emergência, Ashraf al-Qudra, que indicou que uma mesquita e uma casa tinham sido atingidas. Entre os cerca de cinquenta feridos está o chefe de polícia Tayseer al-Batsh.

Em um outro ataque também à noite, três pessoas morreram em Rafah (sul) e outra, em Jabaliya.

Durante a manhã, duas mulheres morreram quando um míssil atingiu um abrigo em Beit Lahiya (norte).

Já no bairro de Cheikh Radouane, no oeste de Gaza, seis palestinos morreram. 

Os seis, com idades entre 21 e 58 anos, estavam sentados diante de uma casa quando ela foi atingida por um míssil israelense.

Entre as vítimas dos ataques estão dois sobrinhos do líder do Hamas no enclave, Ismail Haniyeh, de acordo com moradores que os identificaram como Nidal e Alaa Malach.

Conheça os pontos da negociação entre Israel e palestinos
  • Reprodução/BBC
    Estado palestino
    Os palestinos querem um Estado plenamente soberano e independente na Cisjordânia e na faixa de Gaza, com a capital em Jerusalém Oriental. Israel quer um Estado palestino desmilitarizado, presença militar no Vale da Cisjordânia da Jordânia e manutenção do controle de seu espaço aéreo e das fronteiras exteriores
  • Mohamad Torokman/Reuters
    Fronteiras e assentamentos judeus
    Os palestinos querem que Israel saia dos territórios que ocupou após a Guerra dos Seis Dias (1967) e desmantele por completo os assentamentos judeus que avançam a fronteira, considerados ilegais pela ONU. Qualquer área dada a Israel seria recompensada. Israel descarta voltar às fronteiras anteriores a 1967, mas aceita deixar partes da Cisjordânia se puder anexar os maiores assentamentos.
  • Cindy Wilk/UOL
    Jerusalém
    Israel anexou a área árabe da Jordânia após 1967 e não aceita a dividir Jerusalém por considerar o local o centro político e religioso da população judia. Já os palestinos querem o leste de Jerusalém como capital do futuro Estado da Palestina. O leste de Jerusalém é considerado um dos lugares sagrados do Islã. A comunidade não reconhece a anexação feita por Israel.
  • Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos
    Refugiados
    Há cerca de 5 milhões de refugiados palestinos, a maioria deles descendentes dos 760 mil palestinos que foram expulsos de suas terras na criação do Estado de Israel, em 1948. Os palestinos exigem que Israel reconheça seu "direito ao retorno", o que Israel rejeita por temer a destruição do Estado de Israel pela demografia. Já Israel quer que os palestinos reconheçam seu Estado.
  • Mahfouz Abu / EFE
    Segurança
    Israel teme que um Estado palestino caia nas mãos do grupo extremista Hamas e seja usado para atacar os judeus. Por isso, insiste em manter medidas de segurança no vale do rio Jordão e pedem que o Estado palestino seja amplamente desmilitarizado. Já os palestinos querem que seu Estado tenha o máximo de atributos de um Estado comum.
  • Abbas Momani/AFP
    Água
    Israel controla a maioria das fontes subterrâneas da Cisjordânia. Os palestinos querem uma distribuição mais igualitária do recurso.


Na Cidade de Gaza, em El-Bouerij (centro) e em Jabaliya (norte), oito pessoas morreram em uma série de ataques israelenses ocorridos durante a tarde.

Outros três palestinos morreram em um ataque a oeste de Gaza, assim como três no bairro de Tuffah.

Ashraf al-Qudra também anunciou a morte de outras oito pessoas, incluindo cinco mortos durante um ataque a Jabaliya e dois mais ao sul, em Deri el Balah. Um homem, ferido por um outro bombardeio, não resistiu aos ferimentos.

Ainda segundo a mesma fonte, pelo menos mil habitantes da Faixa de Gaza ficaram feridos nos bombardeios israelenses iniciados há cinco dias.

O conflito é o mais violento desde a operação "Pilar de Defesa" , em novembro de 2012. O objetivo desta ofensiva é o mesmo de dois anos atrás, acabar com os disparos de foguetes de Gaza. As hostilidades na época deixaram 177 palestinos e seis israelenses mortos em sete dias.

Do lado israelense, as autoridades indicaram cerca de dez feridos desde terça-feira. 

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