Com ofensiva terrestre, quase 70% de Gaza está sem energia elétrica

Em Gaza (Territórios palestinos)

Quase 70% da faixa Gaza está sem energia elétrica desde o início da ofensiva terrestre israelense na quinta-feira (17) à noite.

"Todas as nossas linhas com Israel estão cortadas. Geralmente, recebemos 120 MW. Hoje não recebemos nada", disse à AFP o diretor da agência de energia elétrica de Gaza, Fathi Sheikh Khalil.

"Pedimos a ajuda da Cruz Vermelha para reparar algumas linhas em Gaza. E pedimos aos serviços israelenses de energia elétrica que reparem as linhas do seu lado, mas informaram que era muito perigoso", explicou.

"Agora 70% da faixa de Gaza está sem energia elétrica. A pior situação acontece ao norte, onde ficaram totalmente sem corrente [elétrica]", disse Khalil.

As linhas foram cortadas após o início da operação terrestre contra o movimento islamita Hamas, que controla a faixa de Gaza, submetida a um rígido bloqueio israelense desde 2006.

Os habitantes de Gaza sofrem em períodos normais de 8 a 12 horas de cortes cotidianos de energia elétrica, que afetam hospitais, escolas, lojas ou unidades de tratamento de água no território de mais de 1,5 milhão de habitantes.

Quase 30% da energia elétrica de Gaza é gerada em uma usina abastecida por Israel. Esta central, de 50 MW, funcionava nesta sexta-feira e fornecia - durante 16 horas ao dia - energia para o oeste e centro do território.

A ONU calcula a demanda energética da Faixa de Gaza em 360 MW.

Conheça os pontos da negociação entre Israel e palestinos
  • Reprodução/BBC
    Estado palestino
    Os palestinos querem um Estado plenamente soberano e independente na Cisjordânia e na faixa de Gaza, com a capital em Jerusalém Oriental. Israel quer um Estado palestino desmilitarizado, presença militar no Vale da Cisjordânia da Jordânia e manutenção do controle de seu espaço aéreo e das fronteiras exteriores
  • Mohamad Torokman/Reuters
    Fronteiras e assentamentos judeus
    Os palestinos querem que Israel saia dos territórios que ocupou após a Guerra dos Seis Dias (1967) e desmantele por completo os assentamentos judeus que avançam a fronteira, considerados ilegais pela ONU. Qualquer área dada a Israel seria recompensada. Israel descarta voltar às fronteiras anteriores a 1967, mas aceita deixar partes da Cisjordânia se puder anexar os maiores assentamentos.
  • Cindy Wilk/UOL
    Jerusalém
    Israel anexou a área árabe da Jordânia após 1967 e não aceita a dividir Jerusalém por considerar o local o centro político e religioso da população judia. Já os palestinos querem o leste de Jerusalém como capital do futuro Estado da Palestina. O leste de Jerusalém é considerado um dos lugares sagrados do Islã. A comunidade não reconhece a anexação feita por Israel.
  • Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos
    Refugiados
    Há cerca de 5 milhões de refugiados palestinos, a maioria deles descendentes dos 760 mil palestinos que foram expulsos de suas terras na criação do Estado de Israel, em 1948. Os palestinos exigem que Israel reconheça seu "direito ao retorno", o que Israel rejeita por temer a destruição do Estado de Israel pela demografia. Já Israel quer que os palestinos reconheçam seu Estado.
  • Mahfouz Abu / EFE
    Segurança
    Israel teme que um Estado palestino caia nas mãos do grupo extremista Hamas e seja usado para atacar os judeus. Por isso, insiste em manter medidas de segurança no vale do rio Jordão e pedem que o Estado palestino seja amplamente desmilitarizado. Já os palestinos querem que seu Estado tenha o máximo de atributos de um Estado comum.
  • Abbas Momani/AFP
    Água
    Israel controla a maioria das fontes subterrâneas da Cisjordânia. Os palestinos querem uma distribuição mais igualitária do recurso.

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