Achado neto de líder das Avós da Praça de Maio roubado na ditadura há 36 anos
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Da AFP, em Buenos Aires (Argentina)

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    Estela de Carlotto, presidente das Avós da Praça de Maio encontra neto desaparecido durante ditadura argentina

    Estela de Carlotto, presidente das Avós da Praça de Maio encontra neto desaparecido durante ditadura argentina

A presidente da organização humanitária Avós da Praça de Maio, Estela Carlotto, reencontrou nesta terça-feira seu neto, de 36 anos, que tinha sido roubado pela ditadura argentina (1976-1983) logo depois do nascimento, enquanto sua mãe era mantida em poder dos militares, anunciou um familiar.

"O resultado é positivo. Encontramos o meu sobrinho depois de 36 anos. Ele se apresentou voluntariamente, submeteu-se a um exame de DNA e deu 99,9% de compatibilidade. É uma emoção enorme", disse ao canal Todo Noticias Kivo Carlotto, filho de Estela e tio do homem encontrado. Kivo também é secretário de Direitos Humanos da província de Buenos Aires.

A mãe deu o nome de Guido à criança, que depois seria roubada pela ditadura. Laura Carlotto foi sequestrada durante a gravidez. Ela foi assassinada no dia 26 de junho de 1978, pouco tempo depois de dar à luz, segundo o relato de uma companheira de cativeiro.

Desde então, Estela Carlotto procurava seu neto, certa de que ele estava vivo.

"É um choque terrível para ele. Mas ele se apresentou voluntariamente, e está tudo bem", acrescentou Kivo Carlotto, antes de a líder da organização humanitária se manifestar em uma entrevista coletiva à imprensa convocada para esta terça à tarde.

A organização Avós da Praça de Maio nasceu em outubro de 1977 como uma organização próxima das Mães da Praça de Maio, quando algumas mães de desaparecidos deram prioridade à busca por seus netos, sequestrados junto com seus pais ou bebês nascidos nos centros de tortura e extermínio, hoje adultos.

O neto de Carlotto é o 111° encontrado pelas Avós de cerca de 500 bebês e crianças que foram roubados por repressores ou por seus cúmplices durante a ditadura.

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Mostra em SP registra 'ausências' de famílias de desaparecidos políticos16 fotos

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Em 1969, Gustavo Germano (à esq.) e seus três irmãos posaram para este retrato de família na Argentina. Vários anos depois, eles acabariam sendo vítimas da chamada ''Guerra Suja'' do país, na qual cerca de 30 mil pessoas foram sequestradas, torturadas ou mortas pelos governantes militares do país, que tomaram o poder em um golpe em 1976. Muitos dos que foram capturados passaram a ser conhecidos como ''desaparecidos'' e seus restos mortais nunca foram encontrados VEJA MAIS > Imagem: Gustavo Germano

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