Ataque israelense mata cinco palestinos da mesma família em Gaza

Em Gaza

Um ataque aéreo israelense matou cinco pessoas da mesma família neste sábado (23) em Gaza, incluindo duas crianças, após o fracasso das negociações entre Israel e os palestinos e a retomada das hostilidades na terça-feira.

O exército israelense informou que realizou dez ataques aéreos na faixa de Gaza na madrugada de sábado e que três foguetes ou obuses (granadas explosivas)  atingiram o sul de Israel, perto da fronteira com o território palestino.

Desde terça-feira, quando fracassaram as negociações entre o Estado de Israel e os palestinos no Cairo para prolongar uma trégua que havia durado nove dias, os ataques israelenses mataram 81 pessoas em Gaza, segundo o serviço de emergência do território palestino.

O Egito deseja organizar uma nova rodada de negociações entre israelenses e palestinos sobre uma trégua em Gaza, afirmou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, que se reuniu no Cairo com o presidente egípcio Abdel Fatah al-Sissi.

Pela primeira vez desde 8 de julho, uma criança israelense morreu em um ataque com morteiro realizado a partir de Gaza.

Pelo menos 2.097 palestinos morreram desde 8 de julho, 70% deles civis, segundo a ONU. Do lado israelense, 68 pessoas morreram, sendo 64 soldados.

O Estado de Israel afirma que deseja garantir a segurança dos civis israelenses ante os disparos de foguetes a partir de Gaza, enquanto o Hamas exige o fim do bloqueio do território palestino para concordar com uma trégua.

Testemunhas e fontes oficiais palestinas afirmaram que os ataques israelenses destruíram duas mesquitas na área de Khan Yunes, sul de Gaza. Uma terceira mesquita, no campo de refugiados de Shati, que já havia sido atingida, voltou a ser bombardeada.

O ataque mais violento aconteceu no centro da Faixa de Gaza, em Al-Zawaida. Cinco integrantes da mesma família morreram: o pai, de 28 anos, a mãe, de 26, e os dois filhos, de três e quatro anos de idade. Um tio do pai, de 45 anos, também morreu, segundo fontes médicas.

Testemunhas afirmaram que o ataque teve como alvo uma casa de Al-Zawaida.

Centenas de crianças e adolescentes morreram desde 8 de julho, mas na sexta-feira foi registrada a primeira morte de uma criança do lado de Israel, em um ataque com foguetes a partir de Gaza.

O menino morreu em casa, na área de Sdot Negev, ao leste da Faixa de Gaza.

Um porta-voz do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu advertiu que o "Hamas pagará um preço alto pelo ataque".

"O exército e os serviços de inteligência intensificarão as operações até alcançar o objetivo da operação militar", completou.

Entenda a ofensiva de Israel em Gaza
  • Como o novo conflito começou?
    A tensão aumentou drasticamente após o sequestro de 3 jovens israelenses na Cisjordânia, em junho. Israel então fez missão de busca que prendeu 420 palestinos e matou 6 inocentes. Após 18 dias, os corpos dos jovens foram achados. Vários grupos jihadistas assumiram o crime. Mas Israel culpa o Hamas, que não se posicionou. Depois, um palestinos de 16 anos foi morto em Jerusalém por judeus radicais
  • Em qual contexto político o crime aconteceu?
    As relações entre os governos israelense e palestino já estavam tensas desde que, em abril, Hamas e Fatah anunciaram governo de unidade nas regiões autônomas palestinas. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o novo governo reconhece os acordos de paz assinados, mas Israel acha que Abbas não pode fechar acordo com Israel e, ao mesmo tempo, com o Hamas, que quer a destruição de Israel
  • Por que a área do conflito é polêmica?
    Os jovens israelenses eram de assentamentos em território palestino da Cisjordânia considerados ilegais pela ONU por violar o artigo 49 da Quarta Convenção de Genebra, de 1949, que proíbe a transferência violenta de população civil para outro Estado. Israel discorda dessa interpretação e alegando que a área nunca teria sido parte de um Estado soberano e que o acordo não se aplica ali
  • Por que a ONU fala em "emergência humanitária"?
    A ofensiva de Israel está cada vez mais sangrenta. Em poucas semanas, mais de mil palestinos foram mortos nos ataques em Gaza, inclusive dezenas de idosos e crianças. Cerca de 53 mil soldados israelenses agem em uma pequena faixa de terra de 362 km2, ondem vivem meio à extrema pobreza 1,8 milhão de palestinos. A ONU diz que mais de 3/4 das vítimas são civis e já são mais de 80 mil desabrigados

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos