Grécia descarta pedir prorrogação da ajuda, apesar de pressões alemãs (premiê)

Atenas, 10 Fev 2015 (AFP) - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, reiterou nesta terça-feira, que seu país não pedirá "uma prorrogação do plano de ajuda", apesar das pressões do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Sch?uble.

"Sch?uble propõe coisas irracionais", disse Tsipras ante o Parlamento, na véspera de uma reunião crucial entre os ministros das Finanças da zona do euro em Bruxelas, onde o governo grego apresentará a proposta de um novo programa de reformas.

Tsipras, cujo partido de esquerda radical, Syriza, venceu as eleições legislativas antecipadas de 25 de janeiro, fez alusão às pressões de Berlim para que Atenas cumpra o duro plano de reformas imposto pela troika (UE, BCE, FMI) em troca de um empréstimo de mais de 200 bilhões de euros desde 2010.

"Não haverá volta atrás, a Grécia não pode voltar à era dos planos de resgate e da submissão", disse Tsipras ao Parlamento, momentos antes do voto de confiança dos deputados ao seu plano político geral.

Ele obteve a confiança do Parlamento por 162 votos a favor de um total de 299 eleitores, anunciou a presidente da Assembleia, Zoe Konstantopoulou.

Tsipras obteve exatamente o número de votos dos deputados do Syriza e de seus aliados da coalizão do governo, o partido de direita Gregos Independentes. Os demais deputados votaram contra e um se ausentou.

O chefe de governo grego, que terminou seu discurso evocando uma esperança de acordo, assegurou que respeita "o particular peso econômico e político" de alguns de seus parceiros, "como a Alemanha", que "são o motor da Europa".

Mas, "advertimos" que "é mediante a persuasão que as grandes potências conquistam o poder", acrescentou.

Ao estimar também que os planos de resgate do país mais afetado pela crise correspondem "ao modelo buscado há décadas pelos mercados", Tsipras estimou que "aqueles que apostam no enfrentamento compreenderão que cometem um erro trágico".

"Não causam danos aos frágeis, causam danos a si próprios e à Europa", destacou.

O premiê defendeu, ainda, um plano alternativo preparado por seu governo e pediu unicamente "tempo e facilidades, como a devolução do dinheiro" que devem à Grécia "os bancos centrais".

"Queremos uma solução política com as instituições europeias", afirmou Tsipras, indicando que o acordo desejado pela Grécia "respeita as regras orçamentárias".

"Nossos parceiros da UE responderão de forma positiva às nossas propostas", concluiu.

O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, apresentará nesta quarta-feira, aos seus colegas da zona do euro, a proposta de um novo programa de reformas durante reunião extraordinária em Bruxelas.

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