Opositor Leopoldo López é condenado a 13 anos de prisão na Venezuela

Em Caracas

  • Jorge Silva/Reuters

    López foi condenado por promover a violência nos protestos contra o governo de Maduro, em 2014

    López foi condenado por promover a violência nos protestos contra o governo de Maduro, em 2014

*O líder opositor venezuelano Leopoldo López foi condenado na noite desta quinta-feira a 13 anos e nove meses de prisão por promover a violência nos protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro, em 2014, informou seu advogado, Roberto Marrero.

"A juíza Barreiros condenou Leopoldo a 13 anos, 9 meses e 7 dias. Local da reclusão Ramo Verde", revelou o advogado no Twitter, em referência à prisão militar onde López permanece detido desde 18 de fevereiro de 2014.

Ao se dirigir ao juri, antes de ouvir o veredicto, López disse à juíza que "se a sentença for condenatória você terá mais medo de pronunciá-la do que eu de escutá-la porque sabe que sou inocente".

O líder opositor e três estudantes foram julgados por fomentar os protestos contra o governo de Nicolás Maduro que deixaram 43 mortos e mais de 3.000 feridos entre fevereiro e maio de 2014.

Um dos estudantes foi condenado a dez anos de prisão, e os outros dois a quatro anos cada um.

López, um economista de 44 anos com mestrado em Harvard, foi o principal promotor da estrategia conhecida como "La Salida", que tentou derrubar Maduro por meio da pressão nas ruas.

O líder opositor foi condenado por promover a perturbação da ordem pública, danos à propriedade, incêndio e associação criminosa.

O advogado Carlos Gutiérrez, que participou da defesa de López, disse que o julgamento foi repleto de irregularidades, que refletem a "falta de independência" da justiça venezuelana.

Na noite desta quinta-feira, dezenas de militantes do partido Vontade Popular, fundado por López, permaneciam de vigília em uma praça do município de Chacao, na região de Caracas, que haviam ocupado mais cedo para rezar pela absolvição, constatou a "AFP".

Após saber da condenação, várias mulheres que participavam da vigília choraram.

A notícia da condenação provocou um forte panelaço nas imediações do tribunal, no centro de Caracas, para repudiar a decisão.

Durante o dia, a tranquilidade foi quebrada em torno do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) quando "chavistas" enfrentaram membros do partido de López, a Vontade Popular (VP).

A VP denunciou que um de seus militantes morreu de infarto durante os incidentes, deflagrados quando um grupo de "chavistas" agrediu um partidário de López.

Vestidos com camisas vermelhas, os manifestantes "chavistas" agrediram os opositores com paus, obrigando-os a abandonar a esquina que ocupavam no centro de Caracas, constatou a "AFP".

Pouco depois, efetivos da Guarda Nacional Bolivariana e da Polícia Nacional evitaram que os militantes "chavistas" seguissem em direção ao grupo da VP.

Reação

Vários nomes importantes da oposição venezuelana reagiram à decisão da Justiça. Luis Florido, dirigente nacional do VP, pediu "muita força" para todos os seguidores de López após esta "sentença injusta, ilegal e inconstitucional".

Já Henrique Capriles, candidato derrotado duas vezes nas eleições presidenciais e governador do estado de Miranda, escreveu no Twitter que "a Justiça venezuelana está podre. Hoje, entendemos que o caminho para a liberdade de Leopoldo, e de todos os outros, começa no dia 6 de dezembro", em referência às eleições parlamentares.

A ex-deputada María Corina Machado, líder do movimento Vente Venezuela, também não poupou críticas à decisão da Justiça ao assinalar nessa mesma rede social que "este regime criminoso condenou um homem inocente sem uma única prova".

(Com Efe)

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