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Boris Johnson, favorito para substituir May, é convocado pela justiça por "mentiras" sobre o Brexit

Boris Johnson, ex-ministro de relações exteriores britânico - Jack Taylor/Getty Images
Boris Johnson, ex-ministro de relações exteriores britânico Imagem: Jack Taylor/Getty Images

Em Londres

29/05/2019 07h48

Um tribunal de Londres decidiu convocar o ex-chanceler Boris Johnson, candidato favorito para substituir a primeira-ministra Theresa May, acusado de ter mentido deliberadamente durante a campanha do referendo de 2016 sobre o Brexit.

Os advogados do empresário Marcus Ball acusam Johnson, fervoroso defensor do Brexit, de ter mentido deliberadamente em 2016, quando era prefeito de Londres, ao afirmar que o Reino Unido pagava 350 milhões de libras (1,7 bilhão de reais) por semana a Bruxelas.

Johnson, cuja intervenção na campanha do referendo foi considerada decisiva para a vitória do Brexit por 52%, deverá comparecer ao tribunal para responder a acusações de "má conduta em cargo público" durante uma audiência preliminar que determinará se o caso deve ir a julgamento, decidiu a juíza Margot Coleman.

A data da audiência não foi anunciada.

"O Reino Unido nunca enviou ou deu 350 milhões de libras por semana", afirmou um dos advogados de Ball, Lewis Power, ao defender o caso na semana passada no tribunal londrino de Westminster Magistrate.

Johnson "sabia que o valor era falso e, no entanto, optou por repeti-lo, várias vezes", afirmou. "A democracia exige uma liderança responsável e honesta por parte das pessoas que ocupam funções públicas", completou.

O político, que é o grande favorito entre os 11 candidatos declarados para substituir May na liderança do Partido Conservador e como chefe de Governo, nega a acusação.

O advogado de Johnson, Adrian Darbishire, afirmou que a acusação é inapropriada, uma manobra "política".