Zilda Arns pode ser mais uma santa brasileira
Em São Paulo
A médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, poderá ser mais uma santa brasileira.
O processo de beatificação e canonização será iniciado em 2015, cinco anos após sua morte no terremoto do Haiti, anunciou o arcebispo da Paraíba, dom Aldo di Cillo Pagotto, presidente do Conselho Diretor da Pastoral da Criança, durante comemoração dos 30 anos de criação da entidade.
D. Aldo, citado com destaque em reportagem da Rádio Vaticano, informou que caberá ao arcebispo de Curitiba, dom Moacyr Vitti, iniciar o processo, após obter a autorização da Congregação para as Causas dos Santos.
"Começaremos então a coletar os testemunhos, que são imensos, casos de salvação de vidas e também todos os ensinamentos e práticas da doutora Zilda", disse dom Aldo. Para ele, o "pleito terá fácil aprovação".
As etapas de beatificação
Servo de Deus: título recebido logo que a causa é iniciada. A vida do servo de Deus é minuciosamente investigada |
Venerável: O candidato recebe o decreto de "virtudes heróicas" ou "martírio". A vida é pesquisada para encontrar milagres ou comprovar a morte santa |
Beato: se ao menos um milagre é comprovado pelo postulador e reconhecido pelo Vaticano, o venerável é beatificado |
Santo: se dois milagres, ou mais, forem comprovados, o beato é finalmente canonizado |
Para o arcebispo da Paraíba, o que importa é "o gesto de valorização e de reconhecimento de todas as virtudes da médica, além do legado deixado para as pastorais". D. Aldo lembrou que Zilda concorreu ao Prêmio Nobel da Paz, "o que já é um reconhecimento de dimensão universal".
Zilda morreu aos 75 anos, no dia 12 de janeiro de 2010, sob os escombros de um prédio, enquanto fazia uma palestra para voluntários e colaboradores da Pastoral da Criança, em Porto Príncipe. Viúva de Aloysio Neumann, deixou quatro filhos e dez netos.
Outros dois filhos morreram - Marcelo, recém-nascido, e Sílvia, aos 30 anos. Era a 12ª de 13 irmãos, sete mulheres e seis homens, entre eles o cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".