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'Hoje a democracia vence o medo', diz Tsipras

05/07/2015 11h34

ATENAS, 05 JUL (ANSA) - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, disse neste domingo (5) que, a partir de amanhã, seu país vai "abrir caminho para todos os povos da Europa". A declaração foi dada logo após ele votar no referendo que pode definir o futuro de Atenas na zona do euro.   

"Hoje é um dia de festa, a democracia é uma festa. Porque se pode ignorar a decisão de um governo, mas não a decisão de um povo. Hoje a democracia vence o medo", afirmou o premier, que é o idealizador da consulta popular sobre a austeridade.   

Desde as 7h da manhã (1h em Brasília), cerca de 9,8 milhões de gregos estão convocados a votar se o governo deve aceitar ou não as exigências de seus credores para ter acesso a um pacote de resgate de mais de 7 bilhões de euros. As urnas serão fechadas às 19h (horário local), e as primeiras projeções devem sair por volta das 21h.   

Para que o resultado do referendo seja válido, é preciso ter a participação de pelo menos 40% do corpo eleitoral. "Hoje a democracia toma uma decisão para um futuro melhor para todos nós, na Grécia e na Europa", escreveu Tsipras no Twitter. Já o seu ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, disse que o povo está respondendo a um "ultimato" do Eurogrupo, fórum que reúne todos os seus colegas da zona do euro e que está conduzindo as negociações com Atenas.   

Até o início da semana passada, o país tentava obter com seus credores a liberação de um pacote de auxílio financeiro de mais de 7 bilhões de euros. Entre outras coisas, esse dinheiro seria usado para pagar uma parcela de 1,6 bilhão de euros de um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) - uma das partes envolvidas nas tratativas - que venceu na última terça-feira (30), colocando a nação em situação de default.   

No entanto, as conversas foram interrompidas após Tsipras convocar o referendo deste domingo. Para liberar os recursos, o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu - a ex-Troika - cobram um amplo plano de reformas, incluindo aumento de impostos e revisão de aposentadorias. Já o primeiro-ministro pede uma reestruturação da dívida do país, considerada "impagável" por ele. (ANSA)
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