Farc dizem que seus reféns estão melhor que detentos nas prisões colombianas

Em Moscou

Havana, 8 fev (EFE).- As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) afirmaram nesta sexta-feira em Cuba que seus reféns estão em uma situação "humanamente aceitável", mas que os "prisioneiros políticos" e de "guerra" nas penitenciárias colombianas estão em condições de "desumanidade extrema".

O guerrilheiro Seuxis Paucias Hernández, conhecido como "Jesús Santrich", membro da equipe de negociação das Farc em Cuba, denunciou hoje a "situação desumana extrema" nas prisões colombianas que chamou de "lixeiras humanas".

Hernández se referiu aos guerrilheiros das Farc, "aos presos políticos, muitos deles sindicalistas, estudantes, dirigentes populares que por perseguição estatal à oposição estão também estigmatizados como terroristas nas prisões da Colômbia".

Santrich criticou as condições da superpopulação carcerária e a falta de saneamento nas prisões, e culpou o Instituto Nacional Penitenciário e Carcerário de "criar situações de maus-tratos e tortura" aos presos.

Em especial, afirmou que alguns presos foram submetidos a "amputações, maus-tratos, torturas e humilhações".

Ao ser perguntado pelos jornalistas sobre o desenvolvimento do caso dos sequestrados mantidos pela guerrilha, Santrich afirmou que "pelo menos eles estão em situação humanamente aceitável", sem realizar mais comentários.

As Farc mantêm dois policiais e um militar em cativeiro, mas se comprometeram em libertá-los com a intermediação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Os policiais Cristian Camilo Yate e Víctor Alfonso González, e o soldado Josué Meneses foram sequestrados no final de janeiro, dias depois que as Farc encerraram um cessar-fogo unilateral decretado em novembro, no início do diálogo em Cuba.

A guerrilha reafirmou hoje que as negociações com o governo de Juan Manuel Santos seguem "com bom ritmo" e com "coincidências" em torno do primeiro ponto da agenda relacionado com a questão agrária.

Por outro lado, insistiram na solicitação de que o guerrilheiro "Simón Trinidad", que cumpre pena nos Estados Unidos, participe da mesa de negociações e consideraram sua presença como uma "necessidade imperativa" para o avanço das conversas.

Sobre a disposição das Farc em dialogar com o grupo político do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, Santrich afirmou que estão "dispostos a conversar com quem quer que seja sempre e quando existirem medidas de solução ao terrorismo de Estado".

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