Fotógrafo francês morto na Síria trabalhava por conta própria em Homs
O fotógrafo francês Rémi Ochlik, morto em um bombardeio nesta quarta-feira junto com uma jornalista americana em Homs, tinha chegado na terça à cidade por conta própria, a despeito das instruções da revista "Paris Match", com a qual colaborava.
O correspondente de guerra da "Paris Match" Alfred de Montesquiou, que esteve com Ochlik na Síria na semana passada, contou à Agência Efe que a direção da revista tinha pedido aos dois que saíssem da Síria após terem tido que fugir em circunstâncias perigosas da cidade de Zabadani.
Montesquiou explicou que ele seguiu as orientações de sua empresa e partiu para o Líbano, mas seu companheiro Ochlik, que trabalhava por conta própria, optou por continuar na Síria mesmo assim e se deslocou para Homs, onde chegou no final da última noite.
O repórter da "Paris Match", que nesta quarta já estava outra vez em Paris, indicou que o fotógrafo lhe enviou um e-mail na terça à noite para informar que se encontrava em Homs com um jornalista do espanhol "El Mundo".
O ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé, confirmou a morte de Ochlik, de 28 anos, na saída do Conselho de Ministros, embora tenha preferido não dar detalhes até "saber exatamente as condições da morte".
Juppé, que enviou seus pêsames à família, considerou que o episódio "é mais uma prova da deterioração das condições na Síria" e da "repressão".
O fotógrafo francês, que no ano passado tinha coberto a guerra da Líbia e as revoluções na Tunísia e Egito para diversas publicações como "Le Monde", "Paris Match", "Time" e "The Wall Street Journal", tinha criado em 2005 sua própria agência, a "IP 3".
Além disso, também trabalhou como repórter de guerra na República Democrática do Congo (RDC) em 2008.