União Europeia inclui mulher de Assad e membros de sua família em "lista negra"
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EFE/Sana
O presidente sírio, Bashar Assad, é fotografado ao lado de sua mulher, Asma
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Os ministros de Relações Exteriores da União Europeia (UE) aprovaram nesta sexta-feira sanções contra 12 pessoas vinculadas ao regime sírio de Bashar al Assad, entre elas a mulher do presidente, Asma, e outros três familiares seus.
A presença da primeira-dama na lista foi antecipada por várias fontes, mas as identidades dos afetados serão divulgadas de forma oficial no sábado, após a publicação da decisão no Diário Oficial.
Junto com Asma, também foram sancionadas a mãe de Assad, uma irmã e uma cunhada, segundo fontes diplomáticas.
Os sancionados, aos quais se somam também duas entidades, terão congelados os ativos na Europa e estarão proibidos de viajar para território da UE.
No caso de Asma, que nasceu em Londres e conservaria a nacionalidade britânica, não será aplicada a proibição de viagens, segundo confirmaram fontes diplomáticas, pois não é possível fazer com que um Estado membro bloqueie a entrada de seus nativos.
Nesta sexta-feira, perguntado sobre o assunto, o ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, recusou-se a falar a respeito.
Na "lista negra" já figuram o próprio Bashar, seu irmão Maher - considerado o principal executor da repressão contra as manifestações opositoras - e mais de uma centena de figuras de destaque do regime de Damasco.
As sanções contra Asma al Assad chegam dias depois da divulgação de e-mails interceptados que mostrariam seu total apoio à violência governamental e suas despesas de milhares de dólares em compras de luxo em plena crise no país.
A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, afirmou que as novas medidas restritivas impostas pela União mandam uma "clara mensagem política", e confiou em alcançar uma situação na qual Assad reconheça sua responsabilidade, renuncie e possa ocorrer uma transição democrática.
Esta nova rodada de sanções europeias chega depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter aprovado na quarta-feira por unanimidade uma declaração que apoia a mediação do enviado especial da ONU, Kofi Annan, e pede o fim da violência.
O ministro de Relações Exteriores francês, Alain Juppé, destacou a importância dessa medida, por ter colocado a Rússia "em nossa direção", mas lamentou que a reação de Damasco tenha sido "totalmente negativa".
Já o ministro alemão, Guido Westerwelle, garantiu que as novas medidas acrescentarão "maior pressão ao regime de Assad" a fim de consolidar seu "isolamento internacional", e para dar "forte apoio à oposição e ao povo que pede direitos democráticos".
Os ministros europeus abordarão nesta sexta-feira a situação humanitária na Síria e sua representação diplomática em Damasco, em um momento no qual seis estados-membros decidiram fechar e suspender o trabalho de suas embaixadas (Espanha, Alemanha, Holanda, Itália, Reino Unido e França).
"A comunidade internacional está unida no pedido da necessidade de uma trégua humanitária, de criar um corredor de segurança para a população síria, que está em estado de grande sofrimento", indicou o ministro italiano, Giulio Terzi.