Ucrânia propõe operação conjunta com ONU no leste do país

Em Cairo

Kiev, 14 abr (EFE).- O presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, propôs nesta segunda-feira uma operação antiterrorista conjunta com a ONU, em uma conversa telefônica com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

"A Ucrânia não é contra, mas a favor de que, com sua ajuda (da ONU), se realize uma operação antiterrorista conjunta no leste" do país, afirmou Turchinov, informou o escritório da imprensa da Rada Suprema (Legislativo) da Ucrânia.

Turchinov explicou a Ban que a presença de forças de paz da ONU na Ucrânia permitiria à comunidade internacional confirmar a legitimidade e a legalidade da operação antiterrorista lançada por Kiev diante dos desafios separatistas.

E ressaltou que o objetivo da operação antiterrorista iniciada pelas autoridades nas regiões orientais, onde os sublevados pró-Rússia tomaram vários edifícios governamentais, é proteger a população civil.

"Os cidadãos da Ucrânia pedem às autoridades que os protejam do terrorismo e dos criminosos armados. Não podemos deixar nossos concidadãos sozinhos frente aos terroristas armados que ameaçam suas vidas e que tentam partir nosso país em pedaços", opinou.

Além disso, denunciou que nas regiões orientais da Ucrânia, onde a maioria da população é de fala russa, se repete o mesmo cenário que na península da Crimeia, anexada por Moscou em 21 de março.

"A Rússia está enviando ao leste do nosso país forças especiais que tomam armadas os edifícios das administrações e com seus atos põem sob ameaça a vida de centenas de milhares de pessoas", ressaltou.

Ao mesmo tempo, assegurou que, ao contrário da Crimeia, no leste e no sul do país "a maioria da população não quer apoiar os separatistas".

"Enfrentaremos o terrorismo e a agressão russa", insistiu Turchinov, quem acrescentou que Kiev toma todas as decisões necessárias "para estabilizar a situação na região".

Concretamente, aludiu à decisão de aumentar notavelmente as competências financeiras das regiões, uma das principais reivindicações dos sublevados e do Kremlin.

Por sua vez, Ban ressaltou que as autoridades ucranianas podem contar com a ONU e destacou que Kiev tomou as medidas "que são necessárias para a regra da situação na Ucrânia, em geral, e no leste e sul, em particular".

"Quero manifestar todo o meu apoio tanto ao senhor, pessoalmente, como ao povo da Ucrânia. Farei tudo que for possível para que a situação se regule o mais rápido possível pela via pacífica", disse.

O prazo do ultimato lançado no domingo aos pró-Rússia por Turchinov para que deponham as armas e deixem os prédios públicos que mantêm ocupados no sudeste acabou hoje às 9h (3h de Brasília).

Turchinov, que anunciou ontem à noite que usará o exército para restaurar a ordem, assinou um decreto garantindo que não se perseguirá judicialmente os que acatarem o ultimato, no caso de não terem ferido ou matado outros cidadãos.

A Rússia reagiu ao ultimato do governo de Kiev com uma declaração de sua Chancelaria tachando de "criminosa" a decisão de Turchinov de utilizar o exército para conter "manifestações pacíficas".

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