Estudantes e opositores marcham para exigir "verdade" sobre saúde de Chávez

Estudantes, dirigentes políticos e opositores marcharam neste domingo em Caracas para exigir a "verdade" sobre a saúde do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, operado em dezembro do ano passado em Cuba e que retornou ao país em 18 de fevereiro.

Os manifestantes percorreram uma importante via do município de Chacao até o local onde permanecem há vários dias 51 estudantes que exigem a formação de uma junta médica que determine a condição de saúde do chefe de Estado.

Chávez, de 58 anos, foi submetido em 11 de dezembro a uma "complexa" operação em função de um câncer, a quarta em 18 meses, e desde a véspera da cirurgia não foi mais visto ou ouvido pelos venezuelanos.
Dias antes de seu retorno ao país foram divulgadas fotografias do líder, reeleito em outubro do ano passado para mais um mandato, ao de suas filhas.

"Pedimos a verdade, exigimos a verdade e aqui seguimos de pé e em luta", declarou Franklin Gómez, estudante da Universidade dos Andes.

Outro estudante, Júnior Guerrero, disse que "na realidade ninguém sabe onde está" o governante, que chegou ao país após mais de dois meses em Cuba na madrugada de 18 de fevereiro e imediatamente foi levado para o Hospital Militar de Caracas.

Manifestantes encontraram jovens acorrentados em protesto

A deputada María Corina Machado, que participou da passeata, afirmou que os jovens estudantes venezuelanos "clamam pela verdade".

"É a hora de falar com a verdade. E a verdade é que destruíram a democracia na Venezuela e suas instituições fundamentais", acrescentou Maria Corina.

O presidente da ONG Fórum Penal Venezuelano, Alfredo Romero, disse que os estudantes estão fazendo "uma simples pergunta que todo o povo venezuelano faz: qual é a verdadeira situação do presidente da República?".

"Nos digam exatamente qual é a situação do presidente e se ele tem ou não capacidade para continuar governando", afirmou Romero.

A Constituição estabelece que uma junta médica designada pelo Tribunal Supremo de Justiça e com aprovação da Assembleia Nacional deverá verificar a "incapacidade física ou mental permanente" do presidente, que junto com a morte, renúncia ou destituição são consideradas "faltas absolutas". Neste caso, a lei prevê a convocação de novas eleições.

O vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse ontem que o processo de recuperação de Chávez após a operação foi "totalmente diferente" das três cirurgias realizadas ontem, e na sexta-feira revelou que o líder recebeu "tratamentos complementares" de quimioterapia.

 

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