Ministros da UE ameaçam sancionar mais Moscou se tensão continuar na Ucrânia

Em Seul

Luxemburgo, 14 abr (EFE).- Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) ameaçaram nesta segunda-feira aplicar mais sanções à Rússia se a tensão continuar aumentando na crise ucraniana, e deixaram claro que continua a preparação de medidas restritivas para a economia russa.

A comissária da diplomacia da UE, Catherine Ashton, expressou sua "crescente preocupação" com os últimos acontecimentos em regiões do sudeste da Ucrânia, onde ativistas pró-Rússia tomaram edifícios governamentais.

Ashton, em sua chegada ao conselho de ministros das Relações Exteriores da UE em Luxemburgo, insistiu na necessidade de voltar à calma e que sejam utilizados métodos democráticos para fazer as reivindicações.

A comissária apostou em que a reunião de que participará na próxima quinta-feira em Genebra com os chanceleres russo, ucraniano e americano sirva para falar sobre como reduzir a tensão.

Para o ministro holandês, Frans Timmermans, "ainda é muito cedo" para passar a uma terceira fase de sanções econômicas a Moscou, mas considerou que "precisamos estar bem preparados".

"Veremos com a Comissão Europeia (CE) e o Serviço Europeu de Ação Exterior (SEAE) como vai a preparação (dessas medidas). Espero de verdade que a Rússia veja uma saída para a situação e não continue aumentando a tensão", disse.

O ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, rejeitou categoricamente chegar às sanções econômicas e argumentou que "não vão resolver o problema".

Além disso, afirmou que os ministros europeus se concentrarão hoje em garantir que a reunião de Genebra "tenha lugar e que faça isso em um clima sereno".

"Apoio o diálogo, é o único caminho possível", indicou por seu à ministra italiana, Federica Mogherini, a quem também não lhe pareceu que tivesse chegado o momento de passar à fase três.

Mais contundente se mostrou o ministro britânico, William Hague, para quem "não há nenhuma dúvida" que o aumento de tensão no sudeste ucraniano "é algo planejado pela Rússia" e "muito perigoso".

Hague disse que os ministros discutirão hoje "novas punições a indivíduos" e lembrou que está sendo preparada uma terceira rodada de sanções a Moscou, como solicitaram os líderes da União em sua última cúpula de março, mas afirmou que sua aplicação "dependerá do curso dos eventos".

O titular belga, Didier Reynders, ressaltou que é preciso evitar "o mesmo roteiro que vimos na Crimeia", já que "há uma presença russa no leste da Ucrânia e vemos o mesmo comportamento".

"Vimos uma presença militar russa muito forte na fronteira, mas, provavelmente, também no território" ucraniano, comentou, e indicou que "nossa meta é voltar à calma, se for preciso através de sanções; talvez precise passar a uma fase de sanções econômicas".

Seu colega sueco, Carl Bildt, assinalou que a Rússia "não está reduzindo" mas "segue piorando a tensão", e afirmou que "devemos ser muito firmes em nossas reivindicações" à Rússia para que relaxe a situação ou, caso contrário "deveríamos ir adiante" com novas sanções, uma possibilidade que compartilhou o ministro lituano, Linas Antanas Linkevicius.

Para o titular irlandês, Eamon Gilmore, o que aconteceu no leste da Ucrânia durante o fim de semana "é muito grave" e "parece que ocorreu de forma coordenada", por isso "lembra o que aconteceu na Crimeia antes de sua anexação pela Rússia".

Gilmore disse que os ministros vão considerar ampliar a lista de pessoas às quais a UE aplicou sanções individuais por considerar que ameaçaram a soberania da Ucrânia e que, ao mesmo tempo, vão falar sobre um calendário para aplicar restrições econômicas à Rússia.

Os representantes europeus também tratarão a possibilidade de que o SEAE envie uma missão de analistas à Ucrânia "para ver como a UE pode avaliar no terreno em matéria de segurança e aplicação da lei" e, no contexto de seus relatórios, considerar o envio de uma missão de acordo com a Política de Defesa e Segurança Comum, disse.

O ministro polonês, Radoslaw Sikorski, afirmou que "mais sanções são possíveis se não houver uma redução da tensão", por sua vez pediu estudar as opções se a Rússia interromper o fornecimento de gás através da Ucrânia.

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