Turquia acusa Síria de estar vinculada com atentado que deixou 45 mortos
O Governo da Turquia acusou neste sábado o regime da Síria de estar vinculado com os organizadores do atentado na cidade fronteiriça turca de Reyhanli, no qual morreram pelo menos 45 pessoas e mais de 100 ficaram feridas.
"Foi determinada a organização que cometeu a ação e as pessoas conectadas. Os atacantes estão vinculados com o regime sírio", afirmou em comunicado o ministro turco do Interior, Muammer Guler.
O vice-primeiro-ministro turco, Besir Atalay, disse que "os atacantes estão vinculados com o Mukhabarat", o serviço de inteligência sírio.
O duplo atentado com carro-bomba aconteceu às 13h45 local (7h45, em Brasília) próximo da Prefeitura e do escritório dos correios de Reyhanli, uma cidade de cerca de 60 mil habitantes situada no sul da província turca de Hatay.
Horas antes, outro vice-primeiro-ministro turco, Bulent Arinc, já sugeriu que os serviços secretos do regime sírio podiam estar por trás do atentado.
Arinc sustentou que os "refugiados sírios se transformaram em um alvo do regime" e que "Reyhanli não foi escolhida por acaso".
"Nosso critério é que a Mukhabarat e outras organizações militares do regime são os suspeitos frequentes no planejamento e na execução destes planos diabólicos", recalcou.
Por fim, Arinc declarou então que se for provado que o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, "está por trás disto", a Turquia fará "o que for necessário".
A Turquia acolhe mais de 300 mil refugiados sírios, a maioria deles em acampamentos distribuídos ao longo de seus 900 quilômetros de fronteira com a Síria.
Esta cadeia de explosões ocorre antes do encontro de quinta-feira, na Casa Branca, entre o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente americano, Barack Obama, para tratar sobre a situação da Síria.
Reyhanli está perto de Cilvegözü, uma movimentada passagem fronteiriça com a Síria, na qual em fevereiro a explosão de um carro-bomba deixou 14 mortos.
As autoridades turcas mantêm em prisão preventiva quatro sírios e um turco por esse atentado, que disseram ter também vínculos com "os serviços secretos sírios e o Exército".